Resistência

Trabalhadores na Basf aprovam greve no ABC contra demissões e fechamento de fábrica

Encerramento da produção de tintas automotivas na fábrica de São Bernardo poderia eliminar 150 empregos

Sind. Químicos ABC
Sind. Químicos ABC
Trabalhadores aprovam: sem diálogo, haverá greve

São Paulo – Os trabalhadores da Basf Demarchi, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, podem entrar em greve caso a empresa mantenha a decisão de encerrar a produção de tintas automotivas na América do Sul. O anúncio, feito no final de fevereiro, atinge a unidade brasileira e também a de Tortuguitas, na Argentina.

Assim, no caso do ABC, o sindicato estima que 150 trabalhadores poderão perder o emprego (além de 72 na Argentina). Por isso, na assembleia realizada na manhã desta quinta-feira (7), decidiram aprovar pauta com aviso de greve. A paralisação pode ser deflagrada na próxima quarta (13). Na visão dos sindicalistas, a empresa vai na “contramão” do momento positivo da economia brasileira. O fechamento ocorreria em até 18 meses.

Economia melhora

“É um setor em pleno crescimento, e a Basf produz e vende tintas para ele, então é possível aguardar mais dois ou três anos antes de tomar a decisão”, afirmou o presidente do sindicato, José Evandro. A entidade acusa ainda a empresa de não se comprometer com nenhuma contrapartida social, “apesar de se manter reivindicando isenção de impostos (por meio do Regime Especial da Indústria Química –  REIQ) e se beneficiando da desoneração da folha de pagamento”.

Segundo o secretário de Administração do sindicato, Fabio Lins, a Basf, ao não abrir negociação, “vai na contramão” do que pratica na Alemanha e em outros países. Por isso, os químicos, incluindo a comissão de fábrica, vão procurar os companheiros da matriz, em Ludwigshafen, sudoeste alemão, pedindo apoio para trazer mais investimentos no Brasil.

Pauta de reivindicações

Nota divulgada recentemente pela empresa afirma que a unidade do ABC “continuará sendo o principal local de produção, logística e pesquisa e desenvolvimento de tintas decorativas, comercializadas sob as marcas Suvinil & Glasu! e o negócio seguirá operando normalmente, sem alterações”. E as demissões serão tratadas “de forma socialmente responsável”. O número não foi informado.

A pauta que os químicos querem discutir com a Basp tem três itens:

  • Manutenção dos empregos no setor de tintas automotivas e demais setores atingidos
  • Manutenção do adicional de periculosidade com pagamento retroativo para contratados e promovidos a partir de outubro de 2022
  • Alteração na política de coparticipação no convênio médico