Produção industrial se recupera e tem maior alta em 24 anos

Depois de despencar em 2009, atividade cresceu 10,5% no ano passado, segundo o IBGE


São Paulo – A produção industrial brasileira cresceu 10,5% em 2010, no ritmo mais alto desde 1986 (10,9%) e recuperando-se da queda de 7,4% em 2009, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (2) pelo IBGE. Mas o instituto lembra que o ano teve momentos distintos, mostrando desaceleração, “com clara perda de ritmo a partir do segundo trimestre”. Enquanto o primeiro semestre registrou crescimento de 16,2% ante igual período do ano anterior, o segundo semestre teve alta de apenas 5,6%, na mesma base de comparação. De acordo com o IBGE, isso foi “reflexo não só da baixa base de comparação, decorrente dos efeitos da crise econômica internacional no final de 2008, mas também do menor dinamismo do setor industrial no último trimestre de 2010 (3,3%)”. Ainda assim, em 2010 houve expansão generalizada em todas as categorias, em 66 dos 76 subsetors, 25 dos 27 setores e 75% dos produtos pesquisados.

“A análise sobre o comportamento do setor em 2010, a partir do índice de média móvel trimestral, mostra duas fases distintas. Na primeira, que compreende o período de março de 2009 a maio de 2010, há uma elevação generalizada do nível de produção, com o total do setor crescendo 22,0% e todas as categorias de uso apontando ganhos nesse período, com destaque para bens de consumo duráveis (46,5%) e bens de capital (29,0%), ambos favorecidos pelos incentivos fiscais governamentais, seguidos por bens intermediários (21,8%) e bens de consumo semi e não duráveis (10,2%)”, diz o IBGE. Na fase seguinte, a partir de junho de 2010, observa-se um quadro de redução na produção global, que recuou 1,5% entre junho e dezembro últimos, movimento que foi acompanhado por todas as categorias de uso: bens intermediários (-0,9%), bens de consumo duráveis (-1,3%), bens de capital (-1,4%) e bens de consumo semi e não duráveis (-1,9%).”

O setor de bens de capital fechou o ano com expansão de 20,8%, influenciado “pela recuperação dos investimentos e da confiança dos agentes econômicos”. Segundo o IBGE, entre as atividades pesquisadas, as influências mais expressivas sobre a média global vieram dos setores de veículos automotores (24,2%) e de máquinas e equipamentos (24,3%), seguidos por metalurgia básica (17,4%), indústrias extrativas (13,4%), outros produtos químicos (10,2%), produtos de metal (23,4%), alimentos (4,4%), borracha e plástico (12,5%) e bebidas (11,2%).

Apenas de novembro para dezembro, a produção industrial recuou 0,7%, após quatro meses de relativa estabilidade. Na comparação com dezembro de 2009, houve alta de 2,7%, ante 5,3% em novembro.

 

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