Produção industrial esboça reação no mês, mas resultados anuais são negativos

Segundo o IBGE, de janeiro para fevereiro atividade teve a maior alta em um ano. Na comparação com fevereiro de 2011, foi a sexta retração seguida, a maior desde setembro de 2009. Queda foi influenciada pelo setor automobilístico

São Paulo – A produção industrial brasileira cresceu 1,3% de janeiro para fevereiro, no melhor resultado desde igual período de 2011 (2,2%), informou hoje (3) o IBGE. Mas acumula queda de 3,9% na comparação ante fevereiro de 2011, na sexta taxa negativa seguida nesse tipo de comparação e a maior desde setembro de 2009 (-7,6%). A atividade industrial acumula queda de 3,4% no bimestre e de 1% em 12 meses, mantendo ritmo descendente desde outubro de 2010, quando subia 11,8%. É a taxa anual negativa mais intensa em dois anos. A divulgação ocorre no dia em que o governo deverá anunciar medidas de estímulo à indústria e na véspera de uma manifestação de trabalhadores e empresários em defesa do setor.

Dezoito dos 27 setores pesquisados tiveram alta no mês, com destaque para o de veículos automotores, com alta de 13,1%, “elminando parte da queda de 31,2% verificada em janeiro”, lembra  o IBGE, atribuindo parte da retração no mês anterior às férias coletivas em várias empresas. O instituto também destaca o desempenho de indústrias extrativas (9,3%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, ópticos e outros (23,8%), farmacêutica (7%), outros produtos químicos (3,1%), bebidas (6%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (9,5%) e refino de petróleo e produção de álcool (2,5%). “Vale destacar que, com exceção desses último setor, que acumulou expansão de 7,4% nos últimos dois meses de crescimento na produção, os demais apontaram resultados negativos em janeiro”, diz o IBGE. Já o setor de máquinas e equipamentos caiu 4,8% no mês e interrompeu três meses de taxas positivas.

Já na comparação com fevereiro de 2011 (queda de 3,9%), 16 das 27 atividades registraram queda. A maior influência negativa foi de veículos automotores, com recuo de 28,3%. “pressionado em grande parte pela queda na produção de aproximadamente 90% dos produtos investigados no setor,”.  O setor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos caiu 15,8%. Outros destaques negativos foram de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações(-17,6%), máquinas e equipamentos (-4,7%), produtos de metal (-8,7%), borracha e plástico (-8,6%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (-17,2%). Entre os setores com taxa positiva, o IBGE destacou outros produtos químicos (12,6%), “impulsionado não só pela maior produção em aproximadamente 60% dos produtos investigados no setor, mas também pela baixa base de comparação por conta especialmente da paralisação não programada em razão dos efeitos do desligamento do setor elétrico que afetou a região Nordeste do país em fevereiro do ano passado”.

No bimestre, o instituto registra queda em 15 dos 27 setores. A maior influência negativa também é de veículos automores, que acumula retração de 27,6%. O segmento de máquinas, aparelhos e materiais elétricos cai 12,8% e o de máquinas para escritório, 20,9%.

O setor de bens de capital sobe 5,7% no mês, mas acumula queda de 16% ante fevereiro de 2011 e de 14,6% no bimestre. Em 12 meses, recua 1%. Os bens de consumo duráveis têm retração de 4,3% no mês, 22,1% na comparação anual, 15,4% no bimestre e 6,1% em 12 meses.

As medidas a serem anunciadas hoje pelo governo incluem desoneração da folha de pagamento em diversos setores, além de aumento de recursos do BNDES.  Amanhã, entidades ligadas à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), CUT e Força Sindical fazem manifestação na Assembleia Legislativa.

 

 

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