Oscilações

Produção industrial avança, mas recuperação ainda está distante

Atividade cresce em maio e no ano, mas o IBGE afirma que está longe de recuperar perda recente

Montagem RBA
Montagem RBA
Em maio, a indústria de produtos alimentícios foi bem, enquanto a têxtil teve queda: setor ainda enfrenta oscilações

São Paulo – A produção industrial cresceu 1,4% de abril para maio e interrompeu um período de três quedas consecutivas, informou o IBGE nesta sexta-feira (2). Na comparação com maio do ano passado, o crescimento foi de 24%. Foi o segundo maior da série histórica, mas com uma base de comparação fraca. Com isso, a atividade tem alta de 13,1% no ano e de 4,9% em 12 meses.

“Há uma volta ao campo positivo, mas está longe de recuperar essa perda recente que o setor industrial teve”, afirma o gerente da pesquisa, André Macedo. “Muito desse comportamento de predominância negativa nos últimos meses tem uma relação direta com o recrudescimento da pandemia, no início de 2021, que trouxe um desarranjo para as cadeias produtivas.”

Base de comparação fraca

Segundo o IBGE, o segmento de produtos alimentícios foi um dos destaques positivos do mês, com alta de 2,9%. O instituto cita ainda coque, derivados do petróleo e biocombustíveis (3%), indústrias extrativas (2%) e metalurgia (3,2%). Entre as quedas, produtos de borracha e material plástico (-3,8%), máquinas e equipamentos (-1,8%) e produtos têxteis (-6,1%). Esse último segmento acumula retração de 26,5% em cinco meses.

Na comparação com maio de 2020, o IBGE apurou alta nas quatro categorias econômicas, em 22 dos 26 ramos, 69 dos 79 grupos e 76,3% dos 805 produtos pesquisados. “O resultado positivo elevado reflete a baixa base de comparação, já que em maio de 2020 o processo de produção ainda estava bastante afetado pelo isolamento social devido à pandemia”, ressalva o instituto.

Segmento automotivo cresce 216%

O setor de veículos automotores, reboques e carrocerias é exemplo dessa base de comparação: crescimento de 216%. Já o de máquinas e equipamentos teve expansão de 64,9%. Além desses, o IBGE destaca metalurgia (49,3%) indústrias extrativas (11,8%), produtos de minerais não-metálicos (47,1%), borracha e de material plástico (33,2%) e artigos do vestuário e acessórios (97,6%). Entre as quatro atividades em queda, produtos alimentícios (-4,9%) e coque/petróleo/ biocombustíveis (-5,9%).

Assim, de janeiro a maio, na comparação com igual período do ano passado, houve crescimento nas quatro categorias econômicas: bens de consumo, bens intermediários e bens de consumo (duráveis e semiduráveis/não duráveis). E resultados positivos em 21 dos 26 ramos, 65 dos 79 grupos e 73,9% dos produtos.