Insustentável

‘Prévia’ do PIB calculada pelo Banco Central frustra propaganda oficial de recuperação econômica

Foi o maior tombo em um ano e meio. Dados da FGV mostram avanço da inflação em capitais

Wilson Dias/Agência Brasil
Wilson Dias/Agência Brasil
Política de Paulo Guedes não trouxe a sempre prometida 'retomada'

São Paulo – O chamado  Índice de Atividade Econômica (IBC-BR), divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central, mostrou queda de 1,13% entre julho e agosto. Foi a maior retração, desde março de 2021, do índice que é considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), a soma das riquezas do país. O que contraria discurso oficial, usado na campanha eleitoral, de recuperação econômica.

Assim, de janeiro a agosto, o IBC-BR registra quatro meses de alta e quatro de queda. Em 12 meses, até agosto, o indicador registra crescimento de 2,08%.

Para o economista Eduardo Moreira, o governo “comprou” crescimento alto e inflação mais baixa, ambos falsos. “Ia durar poucos meses, (…) uma bomba-relógio que ia estourar depois das eleições. Pois bem, o negócio era tão frágil que está estourando antes”, afirmou, em vídeo na rede social.

A inflação oficial, medida pelo IPCA e pelo INPC, registrou queda nos três últimos meses, segundo o IBGE. Basicamente, pela súbita política de contenção de preços dos combustíveis, que não deve durar muito tempo. Hoje, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que o IPC-S teve aumento na segunda semana de outubro.

O próximo resultado oficial do PIB, que vai incluir dados até o terceiro trimestre, será divulgado pelo IBGE em 1º de dezembro. Já a inflação deste mês sai no próximo dia 11 de novembro.