Presidente do BNDES quer que o Brasil ‘modere’ crescimento para vencer novo ciclo da crise

Rio de Janeiro – As exportações brasileiras para os países europeus devem ser severamente afetadas pela crise que atingiu a Europa. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e […]

Rio de Janeiro – As exportações brasileiras para os países europeus devem ser severamente afetadas pela crise que atingiu a Europa. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse hoje (28) que a crise europeia é preocupante e tem efeitos globais, mas ponderou que o Brasil vive um momento no qual o desafio é crescer menos. “Nós precisamos moderar um pouquinho o crescimento da economia brasileira de maneira que, se a crise tiver um impacto, será um impacto pequeno”, afirmou Coutinho.

Segundo o presidente do BNDES, que participou do 3º Fórum Brasil-União Europeia, no Rio de Janeiro, a expectativa é de que os países europeus passem por um período difícil nos próximos meses. Para Coutinho, a recuperação da economia mundial continuará dependendo exclusivamente de economias em desenvolvimento, como China, Índia e Brasil.

O presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicom), Luiz Fernando do Santos Reis, que representou a Confederação Nacional da Indústria (CNI) nos debates, alertou que a crise europeia pode afetar diretamente investimentos privados fundamentais para o Brasil em setores como o de transporte. “Quando ocorreu a crise nos Estados Unidos há dois anos, os grandes programas de investimento privado que iam ser feitos no Brasil foram alongados em dois ou três anos. Agora estamos retomando programas que deviam ter sido feitos lá atrás. É óbvio que, hoje, a economia mundial é globalizada. Na medida em que você tem uma crise na Europa, essa crise vai repercutir de alguma forma aqui”, disse Reis.

Mas o representante da indústria acredita que o impacto no Brasil pode ser menor, em função da situação econômica do país, com “um volume de reservas extremamente bom, uma política econômica muito bem dirigida e uma política fiscal muito segura que permite que o Brasil se maneje nessa crise de forma a sofrer menos”.

Fonte: Agência Brasil