Produção industrial paulista recua em abril, mas tem alta recorde no primeiro quadrimestre

Segundo a Fiesp, resultado do mês passado foi pouco expressivo e refletiu fim da redução do IPI; diretor afirma que atividade continua 'robusta'

São Paulo – A atividade industrial paulista teve ligeira queda em abril, de 0,4%, a primeira em 13 meses. Sem ajuste sazonal, a queda ante março foi de 5,6%. Mas isso não impediu que o crescimento no primeiro quadrimestre atingisse 16,4%, melhor resultado desde 2003. Na comparação entre abril deste ano e de 2009, a produção subiu 1,4%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (27) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pelo Centro das Indústrias do Estado (Ciesp). Segundo as entidades, no acumulado em 12 meses o índice subiu 1,4%, “atingindo, pela primeira vez após a crise, um patamar positivo”. O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp e do Ciesp, Paulo Francini, disse que o resultado mensal, pouco expressivo, não ameaça a atividade “robusta” do setor. Segundo ele, com exceção de dois anos, o comportamento costuma ser negativo em abril.

Francini afirmou que a leve queda de março para abril está vinculada ao fim da redução da carga tributária para alguns produtos.”Esta particularidade foi responsável pela queda considerável das vendas nos setores de veículos e linha branca”, afirmou. “Portanto, não é possível dizer que temos uma queda de vigor da atividade produtiva. E além do empecilho tributário, a forte aceleração está se acomodando”, acrescentou o diretor. “Isso não significa que vamos parar de crescer, mas que caminharemos mais lentamente, o que é absolutamente natural.”

O Nível de Utilização da Capacidade Instlada (Nuci) cresceu 1,5% sobre março e atingiu 82%.

Ao comentar o ritmo de crescimento da economia, ele afirmou que, mantida a atividade atual, o PIB aumentará pelo menos 5,5% este ano. Mas Fracini acredita que a economia poderá continuar crescendo, com altas mais modestas. ”Se isso ocorrer, chegaremos tranquilamente aos 7%.”