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Petróleo nunca voltará ao patamar de US$ 100 o barril, afirma príncipe saudita

Para Alwaleed bin Talal, é ‘bobagem’ dizer que ação foi tomada para prejudicar Moscou; preços baixos colocaram os sauditas “na cama com os russos”, afirmou

Agência EFE

Empresa petroleira mexicana (Pemex) anunciou que importará, pela primeira vez, petróleo dos EUA

O príncipe e empresário saudita Alwaleed bin Talal afirmou que o preço do petróleo não voltará a alcançar US$ 100 “nunca mais”. Durante entrevista concedida ao jornal norte-americano USA Today neste domingo (11), ele atribuiu a queda à baixa demanda e ao lento crescimento da economia. Na última semana, o barril atingiu o menor valor desde 2009, ao ser vendido a US$ 50.

Em dezembro, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiu não intervir para impedir a queda do preço do barril de petróleo, cujo valor teve uma depreciação de 50%. A ação atingiu principalmente Rússia, Irã, Nigéria e Venezuela. A partir da decisão, especulou-se que a medida, apoiada principalmente pela Arábia Saudita, foi tomada visando beneficiar os Estados Unidos contra países não alinhados a Washington, principalmente como uma resposta às ações do presidente russo, Vladmir Putin.

Alwaleed bin Talal, no entanto, classificou a teoria como uma “bobagem”. Disse que os preços baixos colocaram os sauditas “na cama com os russos”, ao garantir que seu país sofre da mesma forma que Rússia ou Venezuela com o atual preço do barril e assegurou ainda que ninguém sabia antecipadamente que os preços cairiam pela metade.

Para ele, a baixa se deve ao “excesso de petróleo; atualmente o Iraque produz muito e nem mesmo a Líbia parou a produção, apesar da guerra civil”. Ele pontuou ainda o fato de que “a demanda baixou por causa do lento crescimento da economia global”.

E lembrou que em julho, o ministro do Petróleo saudita afirmou que “US$ 100 é um bom preço para consumidores e produtores”. Bin Talal classificou a decisão de não reduzir a produção para forçar a alta do preço de “prudente, esperta e sagaz” porque a ação faria com que a Arábia Saudita sofresse duplamente: com a queda dos preços e da produção.

Com relação a uma possível ação coordenada com os demais países da Opep para reduzir a oferta de petróleo no futuro, ele disse que ação é “quase impossível. Não dá para acreditar que todos os países vão diminuir a produção. Nós não confiamos em todos os países da Opep e não podemos confiar nos países que não fazem parte da Opep”, afirmou.

Dessa forma, avaliou que “se o fornecimento se mantiver no nível atual e a demanda continuar baixa, devemos nos preparar para outra queda”. Por ouro lado, “se uma parte dos fornecedores se retirarem e a demanda crescer um pouco, os preços poderão crescer. Mas não tenho dúvidas de que o preço do petróleo nunca voltará a custar US$ 100”, concluiu o príncipe empresário.

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