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No mundo desenvolvido, até milionários apoiam taxação sobre grandes fortunas

Projeto do senador Paulo Paim (PT-RS) prevê uma contribuição anual dos cidadãos com patrimônio ou herança superior a R$ 50 milhões

Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

No Brasil, apenas 4% é recolhido de impostos sobre heranças, nos Estados Unidos são 30%

São Paulo – O analista político Paulo Vannuchi comenta hoje (2), na Rádio Brasil Atual, o projeto de taxação sobre grande fortunas. Ele observa que a tributação é praticada em muitos outros países e tem o apoio de bilionários estrangeiros. “O imposto é aplicado na Holanda, Noruega, Suécia e até na Índia, que tem padrões sociais piores do que o Brasil. E também é defendido por alguns dos maiores bilionários do mundo, como George Soros, Bill Gates e Warren Buffet, que já se queixou de pagar 19% de imposto de renda, enquanto seus empregados pagam 30%.”

Para o analista, a elite se prejudica ao se opor a taxação sobre as suas fortunas. “Essa elite branca só pensa no lucro imediato, se afunda na lama. Qual é o melhor ambiente para negócios no país? É aquele tem uma sociedade consumidora e empregada, e os negócios inteligentes saem muito melhor.”

O comentarista lembra que enquanto no Brasil, apenas 4% é recolhido das heranças, nos Estados Unidos são 30%, e como os milionários sabem que os bens no futuro serão taxados, realizam grandes doações para universidades.

Vannuchi volta a destacar a pressão do governo Dilma para a aprovação das medidas que compõem o chamado ajuste fiscal e que contrariam os movimentos sindicais e sociais que a elegeram em 2014. “Esse ajuste não inclui nenhuma participação maior daqueles que têm mais recursos, e que poderiam ser convocados, já que os trabalhadores vão terminar perdendo emprego e parte do seguro-desemprego, por conta do ajuste”, critica.

Ouça o comentário completo para a Rádio Brasil Atual: