Desigualdade

Oito municípios concentram um quarto do PIB. Cidade de São Paulo cai, mas ainda responde por 10%

Dados mostram economia ainda concentrada. Em quase metade dos municípios, principal atividade vem do setor público

Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
Cidade de São Paulo ainda concentra 10% a atividade brasileira

São Paulo – Oito municípios concentravam 25% do PIB brasileiro em 2019, segundo o IBGE. Apenas a cidade de São Paulo responde por 10,3% – essa participação chegava a 12,7% em 2002. O Rio de Janeiro também perdeu terreno, de 6,3% para 4,8%. Já o maior PIB per capita, de quase R$ 465 mil, foi registrado em Presidente Kennedy (ES), devido à extração de petróleo.

Além de São Paulo e Rio, os oito municípios são Brasília (3,7% do PIB), Belo Horizonte (1,3%), Curitiba (1,3%), Manaus, Porto Alegre e Osasco (SP), todos com 1,1%. A concentração já foi ainda maior: em 2002, eram apenas quatro municípios respondendo por quase um quarto da economia brasileira. Segundo o IBGE, a atividade na “cidade-região” de São Paulo, que inclui municípios “com forte interação”, responde também por 24,3% do PIB e 20,4% do valor adicionado bruto da indústria.

Administração pública

Em quase metade dos municípios (48,9%), a principal atividade econômica veio da administração pública. “Esse predomínio ocorria em mais de 90% dos municípios do Acre, Roraima, Amapá, Piauí e Paraíba e em apenas 9,9% dos municípios paulistas”, informa o instituto.

Ainda de acordo com o IBGE, que divulgou os dados nesta sexta-feira (17), os 70 municípios com os maiores PIBs reuniram aproximadamente um terço da população e quase metade da riqueza nacional. Na outra ponta, os 1.345 municípios com menores PIBs, respondiam por 1% da riqueza e 3,1% da população.

Concentrações urbanas

Já as 10 maiores concentrações urbanas somam 42,8% do PIB. São, nessa ordem, São Paulo, Rio, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Campinas, Salvador, Recife e Fortaleza. Em 2019, 31,4% do PIB vinha das capitais. Foi a menor participação da série: São Paulo reunia 10,3% e Rio Branco, 0,1%.

A desigualdade é mais evidente quando se compara o Semiárido, a Amazônia Legal e a Cidade-Região de São Paulo, três recortes com participações populacionais semelhantes”, diz ainda o IBGE. O primeiro representou 5,3% do PIB e o segundo, 8,8%, enquanto no último caso a concentração é de 24,3%.

Capitais perdem participação

Em 2019, 31,4% do PIB nacional vinha das capitais, a menor participação da série. São Paulo (SP) liderava, com 10,3% de participação e Rio Branco (AC) era a última da posição entre as capitais, com contribuição de 0,1%.

Os 10 municípios com maiores PIBs per capita somavam 1,5% do PIB nacional e 0,2% da população. Depois de Presidente Kennedy, em Ilhabela, também por causa da extração de petróleo. Em terceiro, Selvíria (MS),pela geração de energia hidrelétrica. A média nacional foi de R$ 35.161,70.

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