Política monetária

Na penúltima reunião do ano, Copom deve aumentar juros pela quinta vez seguida

Expectativa é de que a Selic suba mais meio ponto, para 9,5%, 2,25 pontos acima do patamar mais baixo da história, alcançado há seis meses

Valter Campanato/Arquivo ABr

Alexandre Tombini, que comanda o BC, tem defendido a alta dos juros por temor de inflação

São Paulo – No início da noite de hoje (9), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgará a decisão de sua penúltima reunião de 2013, e não deverá surpreender: as apostas concentram-se em nova elevação da taxa básica de juros, de 9% para 9,50% ao ano. Seria a quinta alta seguida, fixando a Selic no nível mais alto desde março de 2012 (9,75%) – apenas seis meses atrás, estava no menor nível histórico (7,25%). Entre esses 2,5 pontos percentuais, o governo e a autoridade monetária foram pressionados por um suposto “descontrole” da inflação.

Na reunião de agosto, quando a taxa passou de 8,50% para 9%, o Copom afirmou que a decisão contribuiria “para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano”. O IPCA subiu em agosto e setembro, mas os índices ficaram abaixo de iguais meses de 2012. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses, conforme anunciado hoje pelo IBGE, ficou abaixo de 6% pela primeira vez no ano – nos três últimos meses, o IPCA acumulado foi de 6,70% para 5,86%. Um resultado que deve ter provocado comemorações moderadas no Planalto.

Durante seis meses, de outubro do ano passado e abril deste ano, a Selic manteve-se em 7,25%. As altas da inflação, entre outros fatores, causaram uma sequência de quatro elevações na taxa básica. O BC segue de olho. Hoje, o IBGE creditou o IPCA maior de agosto para setembro, em parte, ao impacto indireto do dólar nos preços ao consumidor, caso do trigo e das rações para animais, que resultaram em aumento do pão francês e de carnes. O câmbio agora está em R$ 2,20, caiu 7% em setembro, mas está acima do que há um ano (R$ 2,03).

Enquanto isso, a atividade econômica segue em zigue-zague. A produção industrial subiu 2,1% em junho, caiu 2,4% em julho e não saiu do lugar em agosto. O mercado de trabalho segue exibindo indicadores positivos, ainda que em ritmo menos intenso.  E no horizonte começa a aparecer o efeito ano eleitoral.