Carteira assinada

Mercado formal de trabalho elimina vagas em janeiro

Comércio e serviços perderam postos de trabalho. Indústria e agricultura criaram empregos. Ministro mostrou otimismo em relação a 2015, afirmando que programas sociais e investimentos serão mantidos

Valter Campanato/ Agência Brasil

Dias: setores que tradicionalmente fazem demissões, com o fim do período de férias, foram os que mais perderam vagas

São Paulo – O mercado formal de trabalho teve diminuição de vagas no primeiro mês de 2015, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Com 1.600.094 contratações com carteira assinada e 1.681.868 demissões, houve redução de 81.774 postos de trabalho em janeiro (-0,2%), no pior resultado para o mês desde 2009.

Em nota divulgada na manhã de hoje (27), o MTE destacou o comportamento da indústria de transformação, que voltou a criar vagas (27.471) após oito meses de resultados negativos. O setor calçadista teve saldo de 7.554 vagas, a indústria mecânica abriu 3.968 vagas, a têxtil criou 3.451 e a de borracha, 3.292.

De acordo com a nota, o ministro Manoel Dias afirma que há motivos para manter o otimismo quanto à criação de empregos neste ano. “As políticas que temos desenvolvido na área social, com programas como o Minha Casa Minha Vida, como o Bolsa Família, não serão interrompidas. Os investimentos em infraestrutura não serão interrompidos e muitos dos investimentos previstos por empresas privadas não serão interrompidos. Isso vai continuar ajudando o país e gerando empregos”, afirmou.

Segundo ele, os ajustes nas contas públicas terão efeito positivo. “Tenho de lembrar que o mundo não superou a crise iniciada em 2008. A OIT (Organização Internacional do Trabalho) fala que ainda serão necessárias 100 milhões de vagas para que o mundo volte a ter o mesmo número de empregados de antes da crise.”

De acordo com o Caged, o comércio varejista eliminou 97.887 postos de trabalho em janeiro. No setor de serviços, que tem sido a principal sustentação do nível de emprego, houve ligeira queda (-0,04%), com 7.141 vagas a menos. “Os setores que tradicionalmente fazem demissões nesse período, por questões como o fim do período de férias, foram os que mais perderam vagas”, comentou o ministro.

A agricultura teve resultado positivo, abrindo 9.428 vagas com carteiro, saldo melhor que o registrado em 2013 e 2014.

Em 12 meses, de fevereiro do ano passado até janeiro deste ano, o saldo do Caged é de 245.996, crescimento de 0,6% sobre o estoque, de 41,1 milhões. Nesse período, a indústria elimina 181.836 vagas (-2,16%) e a construção civil, 167.005 (-5,18%). O setor de serviços criou 430.883 e o comércio, 158.701 (1,73%).