Mercado consumidor brasileiro cresce 20% entre 2003 e 2008

Levantamento da FGV mostra que nesses cinco anos 25,8 milhões de brasileiros ingressaram na classe média e 6 milhões, na classe alta

Rio de Janeiro – O mercado consumidor brasileiro cresceu quase 20% entre 2003 e 2008, de acordo com uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgada nesta segunda-feira (21).

No período, cerca de 32 milhões de brasileiros ingressaram nesse mercado consumidor nacional, apontou o levantamento, feito com base nos dados da Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na última sexta-feira.

“Ser consumidor é um prestação de serviço ao país, ainda mais nesse período de crise”, disse o coordenador da pesquisa da FGV, o economista Marcelo Neri.

O levantamento mostra que entre 2003 e 2008, 25,8 milhões de brasileiros ingressaram na classe média e cerca de 6 milhões entraram na classe alta. No período analisado, a classe média aumentou 31,05% e a classe alta teve alta de 37,02% da população.

De acordo com a FGV, quase metade da população brasileira (49,22%) está na classe C, o equivalente a 97,1 milhões de brasileiros.

Já a classe AB (alta) reunia em 2008 19,4 milhões de pessoas, representando 10,4% da população, ante 8,3% em 2003. “O avanço foi revolucionário. Em cinco anos, crescemos meia França.”

O crescimento econômico, os programas de transferência de renda e o aumento real do salário mínimo são as principais explicações para a ascenção social no país nos últimos cinco anos.

O estudo da FGV aponta que a pobreza caiu nos cinco anos analisados, em 43,04%, o que corresponde a menos 19,4 milhões de brasileiros. “O ganho foi fenomenal, mas ainda tínhamos no ano passado 29,9 milhões de miseráveis no Brasil”, ponderou Neri.

Pelos critérios da pesquisa, a classe C engloba famílias com renda familiar de 1.115 a 4.807 por mês, a classe alta se refere a famílias com renda da família superior a 4.807 reais, e os pobres são representandos por famílias com renda inferior a 768 reais.

Fonte: Reuters