Estabilidade

Menos gente à procura de trabalho ajuda a segurar taxa de desemprego em 2013

Número de vagas criadas é menor do que em outros anos. População economicamente ativa cai pela primeira vez em São Paulo

Fernando Donasci/Folhapress

Na média das seis regiões, a PEA cresceu 0,4%, 75 mil pessoas a mais em um universo de 21 milhões

São Paulo – A taxa média de desemprego calculada em seis regiões metropolitanas (Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo) mantém-se estável há três anos: 10,3% em 2011, 10,4% e novamente 10,3% em 2013, conforme os dados da pesquisa conjunta da Fundação Seade e do Dieese. No ano passado, o resultado se deve em parte pela menor entrada de pessoas à procura de serviço, já que o mercado de trabalho ofereceu menos vagas. Em São Paulo, onde a taxa (10,4%) foi a menor em duas décadas, diminuiu tanto o número de pessoas na população economicamente ativa (PEA) como o número de empregos.

Na média anual das seis regiões, a PEA cresceu apenas 0,4%, o correspondente a 75 mil pessoas a mais, em um universo de quase 21 milhões. O nível de ocupação também aumentou 0,4%, com 78 mil vagas criadas. Isso resultou em um total praticamente estável de desempregados: 2,148 milhões, 3 mil a menos do que em 2012.

Foi a menor variação da ocupação em quatro anos: 3,9% em 2010, 1,6% em 2011 e 1,9% em 2012. O crescimento da PEA também ficou abaixo de 2010 (1,4%) e de 2012 (2%), superando o resultado de 2011 (0%).

Na região metropolitana de São Paulo, a PEA recuou 0,8%, com 83 mil pessoas a menos no mercado de trabalho, que soma quase 11 milhões. O número de ocupados caiu 0,2% (menos 19 mil), para 9,7 milhões. Com isso, o total estimado de desempregados (1,128 milhão) diminuiu em 5,4% (menos 64 mil).

“Nunca tivemos redução da PEA”, afirma o coordenador de análise do Seade, Alexandre Loloian. “Esse ponto é determinante para a redução da taxa de desemprego, com menos gente se apresentando no mercado de trabalho.”

Loloian observa que as hipóteses para esse fato podem ser tanto positivas como negativas. No primeiro caso, a melhor condição das famílias pode retardar a entrada de parte de seus integrantes no mercado. No segundo, possíveis informações negativas podem desestimular a procura por emprego.