Mantega segue roteiro e prevê PIB melhor no segundo semestre

Ministro da Fazenda afirma que investimentos demoram mais a recuperar ritmo e presidente do Banco Central vê 'recuperação gradual' da atividade econômica

Mantega considera que o resultado do segundo trimestre teve forte influência da crise internacional (Foto: José Cruz. Agência Brasil)

São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, manteve hoje (31) o discurso das últimas semanas ao comentar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2012, com crescimento de 0,4% frente ao primeiro trimestre. Ele acredita que o número revela a recuperação gradual da economia e uma aceleração ao longo dos próximos meses. 

“Esse número que estamos vendo hoje é um número que estamos olhando pelo retrovisor. Está ficando para trás esse resultado. De qualquer forma é bom, comparado ao primeiro trimestre. Não é excepcional, mas é o prenúncio de resultados melhores que virão no segundo semestre”, disse durante entrevista coletiva em São Paulo. “O terceiro e quarto trimestres serão ainda melhores que o segundo, que foi fortemente influenciado pela crise internacional que não melhorou e afetou o desempenho dos países emergentes”.  

Na comparação com o segundo trimestre de 2011, o PIB cresceu 0,5%, totalizando R$ 1,1 trilhão. No acumulado de 12 meses, a expansão foi 1,2 %. No primeiro semestre, o PIB apresentou aumento de 0,6%. Por setores, a maior alta foi registrada na agropecuária, com crescimento de 4,9%, ao passo que o setor de serviços avançou 0,7%. O resultado da indústria, com queda de 2,5%, foi influenciado principalmente nos segmentos de transformação (-2,5%), extrativa mineral (-2,3%) e construção civil (-0,7%).

Mas, para o ministro, este resultado também não é motivo para preocupação porque o governo já adotou medidas para incentivar o setor. “Acredito numa recuperação da indústria”, afirmou. “A redução do IPI está surtindo efeito e deverá ser anunciada uma venda recorde do setor automobilístico”, adiantou.

Já a taxa de investimento ficou em 17,9% do PIB, inferior à taxa obtida no mesmo período do ano passado, de 18,8%. Para o ministro, esta é uma demonstração de alguns setores produtivos demoram mais a retomar os aportes, mas não haverá problema nos próximos meses.

Na mesma linha, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado nesta sexta-feira confirma a “recuperação gradual” da atividade econômica no primeiro semestre. “A demanda doméstica continuou sendo o principal suporte da economia, com o consumo das famílias sendo estimulado pela expansão moderada do crédito, pela geração de empregos e de renda”, comentou, em nota. 

O presidente do BC ainda afirmou que os sólidos fundamentos e um mercado interno robusto são um diferencial da economia nacional. “Dessa forma, mesmo diante do complexo ambiente internacional, as perspectivas apontam intensificação do ritmo de atividade ao longo deste segundo semestre e do próximo ano.”