Governo taxa compras a prazo para segurar consumo e inflação

Empréstimos e compras a prazo passam a pagar 3% de IOF ao mês (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil – Arquivo) São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou […]

Empréstimos e compras a prazo passam a pagar 3% de IOF ao mês (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil – Arquivo)

São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quinta-feira (7) medidas para conter a inflação. Passa a incidir sobre operações de crédito ao consumidor uma alíquota de 1,5 ponto percentual maior por mês do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Com isso, passa a ser de 3% a taxa sobre operações como empréstimos e compras a prazo a partir desta sexta-feira (8), segundo o ministro.

O anúncio foi feito em São Paulo, no início da noite desta quinta. Mantega explicou que o objetivo da taxação sobre o crédito é baixar a inflação para um patamar desejado. Ele disse ainda que se trata de uma iniciativa regulatória, que pode ser retirada a partir da normalização da oferta de crédito.

Operações de crédito destinadas a empresas ou investimentos não serão atingidas pela medida. Mantega disse que, quando a demanda de consumo diminuir, o governo poderá revogar esse aumento da alíquota. O aumento do imposto tende a reduzir os empréstimos e vendas a prazo, já que encarece esse tipo de operação. Com menos disposição de compras da parte dos consumidores, a expectativa é que a pressão sobre preços diminua.

O ministro admitiu que a inflação deste ano deverá sair do centro da meta, mas não será maior do que o índice do ano passado.

Câmbio

A adoção da medida ocorre um dia depois de o IOF ter sido estendido a empréstimos no exterior com prazo de até dois anos. Esse tipo de operação passa a pagar 6%. Diferentemente da iniciativa desta quinta, a tributação sobre o crédito no exterior tem como objetivo a redução de pressões cambiais.

Os resultados em curto prazo não foram alvissareiros. A cotação da moeda norte-americana fechou cotada em R$ 1,58, abaixo de R$ 1,60 pela primeira vez desde agosto de 2008. O patamar era considerado simbólico. A expectativa dos investidores que apostaram na valorização ainda maior do real era de que novas formas de conter a queda do dólar seriam tomadas.