Consumo

Mantega anuncia elevação de IPI para eletrodomésticos da linha branca e móveis

Ministro da Fazenda acredita que medida não terá impacto sobre preços. Sobre previsões do Banco Central, atenua possibilidade de crescimento menor que o previsto e projeta inflação na meta

Wilson Dias. Arquivo ABr

Para Mantega, o crescimento de 3% é “viável”, com aumento de investimentos e recuperação

São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou na noite de hoje (27) a elevação parcial da alíquota de Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da linha branca (fogão, geladeira, máquina de lavar) e móveis. Válido a partir da próxima segunda-feira, 1º de julho, o aumento corresponde a uma alteração feita frequentemente nos últimos anos pelo governo, que desde dezembro de 2011 reduz e eleva a tributação deste setor de acordo com a necessidade de elevar o consumo.

Em entrevista coletiva na sede do ministério, em Brasília, o ministro disse que conversou com empresários do setor para tentar evitar que a proposta resulte em inflação. “A conversa evoluiu no sentido de que o setor vai procurar absorver esse aumento de tarifas de modo que o preço não se eleve”, afirmou, acrescentando que até setembro deve promover nova elevação. “O nível de venda desses produtos teve crescimento moderado nos primeiros meses do ano e deve continuar tendo esse desempenho.”

A alíquota do fogão, que havia sido reduzida de 4% para zero, ficou em 2% de fevereiro a junho e agora irá para 3%. No caso de geladeiras e freezers, a redução foi inicialmente de 15% para 5%, passou para 7,5% e agora vai a 8,5%. A máquina de lavar ficará definitivamente com 10% – a alíquota original era de 20%. No caso dos móveis, o IPI, que antes era de 5%, sobe agora de 2,5% para 3%. Luminárias (15%, originalmente) vão de 7,5% para 10% e papel de parede (20%), de 10% para 15%.

    O ministro afirmou que não faria comentários sobre o relatório trimestral do Banco Central, divulgado hoje. O BC prevê agora que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a taxa de inflação oficial do país, feche o ano em 6%, meio ponto a menos que a meta, e que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha crescimento de 2,7%, 0,4 ponto a menos que a projeção anterior.

    “O importante para nós é que as metas de inflação estabelecidas não sejam ultrapassadas. Estaremos dentro do teto da meta por mais um ano consecutivo”, minimizou. “Existem várias previsões de crescimento. Alguns falam em 2,5%, outros falam em 2,7%, outros falam em 3%. Meu papel não é fazer previsões, mas estabeleço uma meta a ser perseguida, que é de 3%. Então, o governo tem de se esforçar para alcançar a meta de 3%, que é viável e seria boa para o país.”

    Mantega ressaltou que o aumento do investimento, o crescimento da agricultura e a recuperação da indústria levam o governo a manter o otimismo. “Os indicadores são de que este ano certamente teremos crescimento maior que o do ano passado. E teremos crescimento maior que o de países que estão desacelerando.”