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Na Câmara, Mantega ressalta solidez da economia e nega saída do governo

Para ministro, país está preparado para enfrentar próximo capítulo da crise internacional. Ele destacou o esforço fiscal, que pode levar a um déficit nominal zero nos próximos anos

Jesus Cruz/ABr

Ministro da Fazenda vê sinais positivos nos dados de comércio e indústria divulgados até aqui

São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reafirmou hoje (26) a solidez da economia brasileira para enfrentar a crise internacional e desmentiu os boatos divulgados na imprensa de que poderia deixar o governo. Ele participou nesta manhã na Câmara dos Deputados de audiência pública conjunta das comissões de Finanças e Tributação, de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, de Fiscalização Financeira e Controle; e de Viação e Transportes. “O país está preparado para enfrentar esse novo capítulo da crise internacional”, afirmou Mantega, que classificou como fofoca os rumores divulgados recentemente pela imprensa de que pode deixar o governo federal.

“Em um momento de crise internacional, você colocar suspeitas sobre solidez da equipe econômica, está contribuindo para turbulência da economia. Tem gente querendo enfraquecer governo e dá ouvidos a fofocas. Não é o caso dos senhores aqui.”

Mantega garantiu que os números da economia brasileira estão sob controle e reafirmou a importância das políticas implementadas pelo governo para estimular o crescimento.

O ministro lembrou que, nos últimos dois anos, o governo diminuiu juros e tornou a taxa de câmbio mais competitiva. Além disso, segundo ele, o Executivo federal implementou programa de redução de tributos para investimentos e para produção.

“Todas as medidas são para reduzir custos na economia e aumentar competitividade. Assim que vamos garantir crescimento maior da economia”, afirmou. Em 2012, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ficou em 0,9%. Mantega admitiu que o resultado foi fraco, mas enfatizou que a economia dá sinais de melhora neste ano. Ele destacou que a elevação de 0,6% do PIB no primeiro trimestre foi a quinta maior entre as economias mundiais e que os números disponíveis para o segundo trimestre na indústria e comércio indicam resultado positivo.

Parlamentares da oposição pressionaram Mantega, questionando o ministro sobre a elevação da inflação e uma suposta manipulação pelo governo federal do resultado fiscal do país para manter o superávit primário. Mantega afirmou não concordar “com a ideia de que haja manipulação dos resultados”. Segundo ele, todas as contas brasileiras são auditadas.

“É um compromisso que nós temos com o país, que a dívida continue caindo. Nossa dívida líquida é uma das menores do mundo, 35% do PIB. Nossas reservas são de US$ 370 bilhões. Continuamos fazendo esforço de cortar gastos de custeio; não de investimento, porque investimento é necessário”, afirmou.

O ministro destacou que o Brasil caminha para um resultado fiscal nominal positivo e sem déficit. “Agora está numa trajetória de queda, e nos próximos anos podemos ter um déficit nominal zero na economia brasileira”, ressaltou Mantega.

Segundo ele, o superavit primário da União para 2013 deve ser de, pelo menos, 2,3%. “Nos últimos dez anos, mantivemos superavit acima de 3% e, em anos de crise, em torno de 2%. O superavit feito pelo Brasil é maior do que o realizado pela maioria dos países”, salientou. Em maio, segundo o ministro, o superavit foi de R$ 6 bilhões, o maior registrado para o período na séria histórica.

O ministro concordou que houve um surto inflacionário mais forte no final do ano passado e início deste ano, mas reforçou que os índices resultavam de um aumento já dissipado no preço dos alimentos. Para ele, o país está mantendo os índices dentro da meta. “Ela (inflação) está diminuindo e terminará o ano cumprindo metas de inflação estabelecidas”, salientou o ministro. O centro da meta do governo para o IPCA neste ano é de 4,5%.

O ministro listou avanços conquistados pela economia brasileira nos últimos dez anos, período dos governos Lula e Dilma. Segundo ele, o crescimento médio da economia brasileira no período foi de 3,6%. “Se não fosse a crise, seria maior”, avaliou.

Quanto ao investimento, entre 2003 e 2012 o aumento foi de 6,1%, de acordo com o ministro. Além disso, conforme Mantega, as reservas internacionais do país saíram de US$ 37 bilhões para US$ 370 bilhões nos últimos dez anos. Já a relação da dívida com o PIB saiu de 60%, em 2003, para 35% em abril deste ano, segundo o titular da Fazenda.

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