Soberania e desenvolvimento

Lula visita instalações de submarinos no Rio e defende infraestrutura nacional

Instalações do Complexo Naval de Itaguaí são consideradas estratégicas ao país. “Indústria de defesa contribui com a economia”, disse o presidente

Tânia Rêgo/ABr
Tânia Rêgo/ABr
"Se não tem dinheiro no Orçamento para aplicar vamos arrumar parcerias com a iniciativa privada", disse Lula

São Paulo – Em visita ao Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o investimento estatal para fortalecimento da economia. Mais cedo, ele visitou o Complexo Naval de Itaguaí, na região metropolitana, onde o governo desenvolve uma atividade considerada estratégica: a de construção de submarinos. De acordo com o presidente, os investimentos em infraestrutura são motores do desenvolvimento e da criação de emprego e renda.

“Eu, quando enxerguei a necessidade de desenvolver uma indústria de defesa no Brasil, é porque em todos os países a indústria de defesa contribui com a economia como um todo, além de preparar de forma mais sofisticada, com muito conhecimento científico e tecnológico as nossas Forças Armadas e o próprio país”, disse Lula.

Entre os caminhos para ampliar investimentos, segundo o presidente, está a construção de parcerias com o setor privado. “Se não tem dinheiro no Orçamento para aplicar, vamos arrumar parcerias com a iniciativa privada para que se possa construir as Parcerias Público-Privadas (PPPs) e fazer os investimentos que o Brasil precisa”, defendeu.

Durante a visita, o assessor-chefe do Programa de Submarinos da Marinha (Prosub), contra-almirante Luiz Roberto Cavalcanti Valicente, acompanhou o presidente. Eles visitaram as instalações do submarino Humaitá, em fase final de testes. O complexo industrial pretende entregar a embarcação ainda neste ano à Marinha.

Tecnologia de ponta

O contra-almirante explicou, em entrevista após a visita, como a cadeia produtiva local trabalha. “A Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep) faz os cascos dos submarinos e depois eles são recheados na Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (Ufem), montados aqui no estaleiro de construção e lançados ao mar.” O Humaitá é o segundo submarino do tipo que será entregue, de um total de quatro, com propulsão diesel-elétrica.

Valicente ressaltou que as instalações e a tecnologia em desenvolvimento no local serão reaproveitadas no futuro para um projeto muito mais ambicioso; o submarino nuclear. “Toda essa infraestrutura e a base naval no futuro [serão] um complexo de manutenção especializado para abrigar o que é o principal objetivo, o grande gol do nosso programa: o nosso submarino convencionalmente armado com propulsão nuclear”, explicou.

Ainda de acordo com Valicente, é importante ressaltar que o submarino com propulsão nuclear não significa armamento nuclear. Ao contrário, trata-se de uma tecnologia sustentável para garantir autonomia às embarcações. “A gente frisa que esse nome é o Submarino Convencional à Propulsão Nuclear, o submarino convencionalmente armado, para deixar claro que é um submarino com armas convencionais, como nós temos agora. Somente a propulsão dele será nuclear, o que dá uma autonomia enorme. Ele pode ficar muito mais tempo mergulhado, ficar no mar, ou seja, incrementa muito as capacidades do submarino.”

Com informações da Agência Brasil