Inflação

IPCA volta a subir em junho, e taxa em 12 meses soma 8,89%

Segundo o IBGE, é o maior índice desde dezembro de 2003. Jogos de azar, passagens aéreas e taxas de água e esgoto puxaram o resultado do mês

Agência Brasil/Arquivo

Alta no preço das apostas chegou a 47,5% desde 18 de maio e teve peso de 0,12 ponto no IPCA de junho

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,79% em junho, acima de maio (0,74%) e de igual mês do ano passado (0,40%), segundo informou hoje (8) o IBGE. Com isso, fechou o primeiro semestre em 6,17%, ante 3,75% em 2014, na taxa mais elevada para o período desde 2003. Em 12 meses, o índice oficial de inflação atinge agora 8,89%, na maior alta desde dezembro de 2003 (9,30%) – é o sexto aumento seguido nessa base de comparação.

Três itens concentraram os principais impactos do mês: jogos de azar, passagens aéreas e taxa de água e esgotos. Juntos, foram responsáveis por 36,71% do IPCA de junho.

Com alta de 30,80%, o item jogos de azar representou, sozinho, 0,12 ponto percentual. “Considerando os meses de maio e junho, o aumento foi de 47,50%, reflexo dos reajustes nos valores das apostas, vigentes a partir de 18 de maio”, informa o IBGE. Esse item faz parte do grupo Despesas Pessoais, que teve alta de 1,63%, a maior entre os grupos, puxada também pela alta no item empregado doméstico (0,66%).

Com variação de 29,19% no mês passado, as passagens aéreas tiveram impacto de 0,10%. Mas o instituto lembra que, este item, “que se caracteriza por resultados instáveis por influência de fatores diversos, acumula queda de 32,71% no semestre”.

O terceiro item, a taxa de água e esgoto, subiu 4,95%, com impacto de 0,07% ponto no resultado geral. A alta foi reflexo de reajustes ocorridos nas regiões metropolitanas de São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro e Recife.

O grupo Alimentação e Bebidas, de maior peso na composição do IPCA, variou menos: de 1,37%, em maio, para 0,63%. O principal aumento foi o da cebola (23,78%), também menor do que o registrado no mês anterior (35,59%). A batata inglesa foi de 0,56% para 6,97%. O preço do alho aumentou 2,61% e o da leite longa vida, 2,35%. Entre os alimentos que caíram de preço no mês passado, estão o tomate (-12,27%) e a cenoura (-10,78%), hortaliças (-4,17%), frutas (-0,41%) e os diversos tipos de feijão pesquisados.

O IBGE destaca ainda a alta de 0,91% no grupo Saúde e Cuidados Pessoais (1,10% em maio), sob influência dos remédios, que subiram 0,64% no mês e acumulam alta de 6,03% no ano. Também nesse grupo, subiram artigos de higiene pessoal (1,46%), serviços médicos e dentários (1,10%), plano de saúde (0,77%) e serviços laboratoriais e hospitalares (0,70%).

O grupo Artigos de Residência subiu mais, passando de 0,36% para 0,72%, com alta de 0,84% no item aparelhos de TV, som e informática. E Vestuário foi de 0,61% para 0,58%, com elevação de 1,13% em roupas masculinas.

Entre as regiões pesquisadas, o maior índice foi apurado em Brasília: 1,05%, sob impacto de uma alta de 25,50% nas passagens aéreas, que representou 0,40 ponto percentual. O menor foi em Goiânia (0,21%), com queda de 2,30% no preço do litro da gasolina e de 8,53% no etanol. O IPCA variou 0,79% na região metropolitana de São Paulo, 0,72% em Belo Horizonte, 0,75% em Porto Alegre e 0,65% no Rio de Janeiro. O índice também ficou acima de 1% em Salvador (1,03%) e Belém (1,02%), atingindo 0,98% em Recife e 0,91% em Fortaleza e Curitiba.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 0,77% em junho, bem abaixo do mês anterior (0,99%) e bastante acima de igual mês de 2014 (0,26%). Fechou o primeiro semestre em 6,80%, ante 3,79% no ano passado. Em 12 meses, está em 9,31%.