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Combustível pressiona, e IPCA tem maior taxa para outubro desde 2002

Índice oficial de inflação variou 0,82%. Em 12 meses, vai a 9,93%, o maior resultado desde 2003 – preço da gasolina cresce 18% e o do etanol, 17%. Alimentos também sobem. INPC supera 10% em 12 meses

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 0,82% no mês passado, a a maior taxa para outubro desde 2002 (1,31%). Com isso, atinge 8,52% no ano, maior total para o período desde 1996 (8,70%). Em 12 meses, soma 9,93%, acumulado mais elevado desde 2003. Desta vez, de acordo com o instituto, a principal pressão veio dos combustíveis.

A alta desse item em outubro foi de 6,09%. Com isso, os combustíveis responderam por 0,30 ponto percentual, ou 37% do IPCA do mês. Apenas a gasolina, com elevação média de 5,05%, teve impacto de 0,19 ponto.

“Os preços chegaram a aumentar 6,21% em São Paulo e 6,12% em Curitiba, enquanto as menores variações foram em Recife (1,70%) e Vitória (1,72%)”, diz o IBGE. “Este foi o reflexo, nas bombas, do reajuste de 6,00% autorizado ao nível das refinarias em vigor desde o dia 30 de setembro.” Em 12 meses, o preço da gasolina sobe 17,93%, atingindo 23,38% em Recife.

O aumento do etanol foi ainda maior (12,29%), mas como sua participação no orçamento familiar não é tão alta como a da gasolina, a contribuição para o IPCA mensal foi 0,10 ponto. O preço subiu mais em São Paulo, 14,99%, enquanto a menor variação foi apurada em Recife (2,85%). Em 12 meses, o etanol sobe 16,98%, chegando a 24,16% em Goiânia.

Já o diesel subiu 3,26%, refletindo, segundo o IBGE, o reajuste de 4% nas refinarias, também 30 de setembro. A alta em 12 meses é de 15,94%.

Com isso, o grupo Transportes teve o maior resultado de outubro: 1,72%. Também se destacam as variações dos itens passagem aérea (4,01%), pneu (0,94%), ônibus intermunicipal (0,84%), conserto de automóvel (0,69%) e acessórios e peças (0,46%).

A segunda maior alta (0,77%) foi do grupo Alimentação e Bebidas, que soma 10,39% em 12 meses, variando de 7,89% (Belo Horizonte) a 13,16% (Goiânia). A alimentação fora de casa subiu mais em outubro (0,93%) do que os alimentos consumidos em casa (0,68%).  De setembro para outubro, os preços subiram para grande parte dos produtos, diz o IBGE, citando frango (5,98%), açúcar cristal (4,43%), alho (4,12%), cerveja (4,06%), arroz (3,77%), refrigerante (2,48%), farinha de trigo (2,07%), açúcar refinado (1,91%) e frutas (1,75%), entre outros. Entre as poucas quedas no mês, destaque para a cebola (-32,64%) e a batata inglesa (-10,69%).

Com alta de 3,27% em outubro, o botijão de gás (que já havia aumentado 12,98% no mês anterior) pressionou o grupo Habitação (0,75%). Apenas em dois meses, o preço da botijão ao consumidor subiu 16,67%, “consequência do reajuste de 15% autorizado pela Petrobrás nas refinarias, com vigência a partir do dia primeiro de setembro”. Outros itens também tiveram alta, como energia elétrica (0,87%), mão de obra para pequenos reparos (0,58%), aluguel (0,57%) e artigos de limpeza (0,41%).

Em relação à energia, o IBGE informa que em São Paulo a variação, de 1,06%, considera reajuste de 15,5% a partir de 23 de outubro sobre as tarifas de uma concessionária. Em Goiânia, a variação foi de 4,37%, considerando reajuste de 6,71% em vigor desde 12 de setembro.

O instituto cita ainda variação de 0,86% na telefonia fixa e de 0,50% na telefonia celular.

Entre as regiões pesquisadas, a maior variação mensal foi registrada em Brasília, 1,24%, com pressão do item ônibus urbano (23,08%). O menor índice foi o do Rio de Janeiro (0,59%), onde os alimentos consumidos em casa ficaram praticamente estáveis (0,02%), ante média nacional de 0,68%. O IPCA variou 1,18% tanto em Campo Grande como em Goiânia, 1,07% em Belém, 0,99% em São Paulo, 0,84% em Recife, 0,75% em Vitória, 0,73% em Fortaleza e em Porto Alegre, 0,64% em Curitiba, 0,62% em Belo Horizonte e 0,60% em Salvador.

Em 12 meses, cinco regiões acumulam alta de dois dígitos: 11,52% em Curitiba, 11,19% em Goiânia, 10,49% em Porto Alegre, 10,45% em São Paulo e 10,02% em Fortaleza.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 0,77%, o dobro do resultado de outubro de 2014 (0,38%) e também acima de setembro deste ano (0,51%), No ano, soma 9,07%, ante 5,02% em igual período de 2014. Em 12 meses, vai a 10,33%.