Preços em alta

Alimentos e transporte público pressionam IPCA de janeiro

Taxa de 1,27% foi a mais alta para o mês desde 2003. Em 12 meses, inflação oficial atinge 10,71%. Vários produtos subiram de preço, além de tarifas de ônibus e metrô

São Paulo – Com pressão de alimentos, transporte coletivo e combustíveis, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 1,27% em janeiro, a maior taxa para o mês de 2003. Com esse resultado, a variação em 12 meses chega a 10,71%, a maior desde novembro também de 2003 (11,02%). Os resultados foram divulgados na manhã de hoje (5) pelo IBGE.

Grupos de maior peso na despesa familiar, Alimentação e Bebidas e Transportes tiveram alta de 2,28% e 1,77%, respectivamente. Os dois responderam por 0,90 ponto percentual (0,57 e 0,33) ou  71% do índice total do mês.

No caso da alimentação, foi a taxa mais elevada desde dezembro de 2002. Em 12 meses, a alta vai a 12,9%. O IBGE destaca as variações registradas em janeiro nas regiões metropolitanas de Vitória (3,66%) e de Salvador (3,60%), além de Goiânia (3,22%).

Os produtos para consumo em casa aumentaram 2,89%, enquanto a alimentação fora de casa subiu 1,12%. “Vários alimentos mostraram crescimento de preços de dezembro para janeiro, sendo que alguns aumentos foram expressivos, como a cenoura (32,64%), o tomate (27,27%), a cebola (22,05%) e a batata-inglesa (14,78%)”, informa o instituto.

No outro grupo, a alta foi puxada pelo transporte público (3,84%) e pelos combustíveis (2,11%). O item ônibus urbanos respondeu por 0,14 ponto percentual, com as tarifas subindo 5,61% – considerando, segundo o IBGE, a “concentração de reajustes” em seis das 13 regiões pesquisadas.

Também tiveram alta o trem (4,19%) e o metrô (4,27%), com influência do reajuste ocorrido em 9 de janeiro na região metropolitana de São Paulo. As tarifas de ônibus interestaduais aumentaram 1,22%, com variações de 4,63% em São Paulo e de 2,56% em Goiânia.

Ainda em transportes, as passagens aéreas tiveram queda de 6,13% no mês (-0,03 ponto percentual), enquanto os combustíveis registraram aumento médio de 2,11% – a gasolina subiu 1,88% e o etanol, 3,47%, com as principais altas sendo apuradas na região metropolitana de Porto Alegre. Também subiu o item conserto de automóvel (1,77%).

Nos outros grupos, Vestuário variou -0,24% e Despesas Pessoais, 1,19%. O IBGE destacou diversos itens: excursão (6,98%), cigarro (3,81%), TV, som e informática (2,12%), artigos de limpeza (1,86%), serviços laboratoriais e hospitalares (1,83%), energia elétrica (1,61%), serviços médicos e dentários (1,60%), plano de saúde (1,06%), taxa de água e esgoto (0,94%), empregado doméstico (0,77%) e aluguel residencial (0,55%). O aumento do custo da energia teve influência de aumentos de impostos e taxas em Porto Alegre, São Paulo, Brasília e Curitiba.

Entre as regiões, o índice mais elevado no mês foi o da região metropolitana do Rio de Janeiro (1,82%), com pressão de ônibus urbanos (10,59%), ônibus intermunicipais (8,62%) e táxi (8,76%). O menor foi o de Curitiba (0,73%). O IPCA variou 1,69% em Salvador, 1,56% em Porto Alegre, 1,45% em Fortaleza, 1,38% em Campo Grande, 1,32% em Recife, 1,20% em Goiânia, 1,19% em Belo Horizonte, 1,15% em Vitória, 1,10% em São Paulo, 1,06% em Belém e 0,93% em Brasília.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 1,51%, ante 0,90% em dezembro e 1,48% em janeiro do ano passado. A taxa em 12 meses foi a 11,31%.