Inflação

IPCA e INPC têm variação mais alta desde 2002

Elevação dos preços da energia elétrica e dos combustíveis, sobretudo no primeiro trimestre do ano, representaram um quarto da inflação acumulada de 2015

CC Wikimedia / xlibber

Passagens de avião contribuíram para índices de inflação de dezembro

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou em 0,96% dezembro, 0,05 ponto percentual menor do em novembro, mas no patamar mais alto para o último mês do ano desde 2002. No ano passado, havia chegado a 0,78% e acumulado 6,41% em 12 meses. No ano que passou, o índice alcançou 10,67%. Alimentação e bebidas, com alta de 1,5% no mês passado, e Transportes, 1,36% foram os grupos com maior elevação e têm peso sobre dois terços do indicador.

Em Transportes, os reajustes nas passagens aéreas tiveram maior influência na variação, com aumento médio de 37%,07 em relação a novembro. Os combustíveis, que já vinham de dois meses de altas significativas, diminuíram o ritmo, mas seguiram com aumentos de 1,26% na gasolina e de 2,80% no etanol. Ainda no grupo Transportes, destacam-se o item automóvel usado (0,78%) e as tarifas dos ônibus interestaduais (2,35%).

No grupo Alimentação e Bebidas alguns itens apresentaram aumentos expressivos, a exemplo da cebola (13,71%) e do tomate (11,45%), açúcar refinado (10,20%) e cristal (7,14%), feijão-fradinho (7,24%) e carioca (7,02%).

O grupo Saúde e Cuidados Pessoais teve variação de 0,70% influenciada pelos itens plano de saúde (1,06%), serviços laboratoriais e hospitalares (0,95%) e artigos de higiene pessoal (0,90%). Os serviços que compõem o item Despesas Pessoais, com alta de 0,57%, foram pressionados por excursão (5,76%), manicure (1,16%), cabeleireiro (1,09%) e empregado doméstico (0,43%).

O IPCA regional mais elevado foi o da região metropolitana de Fortaleza, 1,45% em dezembro, e o menor índice foi o da região metropolitana de Belo Horizonte (0,58%).

No ano, a alta acumulada de 10,67% no IPCA se deveu principalmente ao maior resultado registrado no primeiro trimestre (3,83%), porque o início do ano concentrou reajustes significativos nas tarifas de ônibus urbano e intermunicipal, de energia elétrica e de água e esgoto.

Nestes dois últimos itens, houve tanto reajustes ordinários quanto extraordinários. O primeiro trimestre refletiu ainda o efeito de acréscimo nas tarifas de energia elétrica por instituição do Sistema de Bandeiras Tarifárias, modelo de cobrança dos gastos com usinas térmicas.

O maior impacto do acumulado anual (1,50 ponto percentual) ficou com a energia elétrica que, juntamente com os combustíveis (1,04 p.p.), ambos representando quase uma quartto (24%) do índice de 2015. As contas de energia elétrica aumentaram, em média, 51%, cabendo a São Paulo (70,97%) e a Curitiba (69,22%) as maiores variações.

INPC

Em dezembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ficou em 0,90% e fechou 2015 em 11,28%. O percentual, embora menor que o de novembro (1,11%), foi também o mais alto para o mês desde 2007. Sobre os índices regionais, o mais elevado ficou com a região metropolitana de Fortaleza (1,44%) onde os alimentos tiveram alta de 2,30%. O menor índice foi também o da região metropolitana de Belo Horizonte (0,50%).

A taxa anual de 11,28%, bem acima dos 6,23% de 2014, a exemplo do IPCA, é a mais elevada desde 2002 (14,74%).

 

 

 

 

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