Inflação oficial

IPCA de maio tem menor taxa em 12 meses, e acumulado se mantém no limite

Principal impacto, mais uma vez, foi dos remédios. Alimentos subiram bem menos, na menor variação desde março do ano passado

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Os remédios foram responsáveis, pelo maior impacto individual da taxa com alta de 1,61%

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve variação de 0,37% em maio, menor taxa em 12 meses, informou na manhã de hoje (7) o IBGE. Com isso, o indicador da inflação oficial do país acumula 2,88% no ano (ante 2,24% em igual período de 2012) e 6,50% em 11 meses, próximo dos 12 meses imediatamente anteriores (6,49%) e no limite da meta do Conselho Monetário Nacional. O IPCA havia ficado em 0,55% em abril e 0,36% em maio do ano passado.

Segundo o instituto, os remédios foram responsáveis, assim como em abril, pelo maior impacto individual da taxa (0,06 ponto percentual), com alta de 1,61%, ante 2,99% no mês anterior, o que “complementa o efeito do reajuste autorizado em 31 de março, que variou de 2,70% a 6,31%”. No ano, o aumento está acumulado em 4,80%.

O movimento considerado mais significativo pelo IBGE foi dos alimentos, que tiveram alta de 0,31%, bem abaixo dos 0,96% de abril – com isso, o impacto na taxa total passou de 0,24 para 0,08 ponto percentual. “Foram vários os produtos que ficaram mais baratos de um mês para o outro, a começar pelo tomate, cujos preços caíram 10,31%, configurando o principal impacto para baixo, com -0,04 ponto percentual”, informa o instituto. Os alimentos tiveram a menor alta desde março do ano passado – desde meados de 2012, as variações sempre foram próximas ou acima de 1%.

Também caíram os preços do açúcar refinado (-4,11%). óleo de soja (-3,56%), cebola (-2,69%), café moído (-1,73%), arroz (-1,23%), ovo de galinha (-1,05%), carnes (-0,71%) e hortaliças (-0,37%), entre outros produtos. Tiveram alta o feijão mulatinho (16,58%), cenoura (7,33%), batata-inglesa (3,55%), feijão preto (2,78%), frutas (1,01%) e pão francês (0,71%).

No grupo Transportes,  mais uma variação negativa: -0,25%, ante -0,19% em abril. O resultado teve o efeito da queda de preço do etanol (-1,97%), após alta (0,16%) no mês anterior. A gasolina foi de -0,41% para -0,52%. Caíram também os preços do automóvel novo (de -0,12% para -0,16%) e das passagens aéreas (de -9,12% para -3,43%).

Entre as despesas pessoais, com variação de 0,41%, ante 0,61% em abril, o destaque foi o item empregado doméstico: de 1,25% para 0,76%. Também contribuíram para o resultado os itens manicure (de 1,15% para 0,38%) e cabeleireiro (de 0,43% para -0,10%). Nos demais grupos, também tiveram taxas menores Artigos de Residência (de 0,63% para 0,46%) e Educação (de 0,10% para 0,06%).

Registraram alta Habitação (de 0,62% para 0,75%), Vestuário (de 0,65% para 0,84%) e Comunicação (de -0,32% para 0,08%). Em Habitação, o IBGE destaca a taxa de água e esgoto (de 0,81% para 1,19%), “tendo em vista as variações registradas em Goiânia (5,29%), reflexo do reajuste de 6,02% de 01 de maio; na região metropolitana de Belo Horizonte (2,32%), refletindo parte do reajuste de 5,25% ocorrido a partir de 13 de maio; e na região metropolitana de São Paulo (1,96%), onde o reajuste vigente desde 22 de abril foi de 2,38%”.

Dos índices regionais, o maior foi o da região metropolitana de Recife (0,74%), “onde os alimentos subiram 1,28%, pressionando a taxa do mês”. O menor foi o de Belém (-0,16%), com queda de 0,79% nos alimentos. O IPCA teve variação de 0,47% em Belo Horizonte, 0,49% em Brasília, 0,50% em Porto Alegre e 0,63% no Rio de Janeiro.

Em São Paulo. que tem peso de quase um terço no total, a taxa foi de 0,21%, ante 0,54% no mês anterior. A maior região metropolitana do país tem também o menor índice acumulado em 12 meses (5,85%). O maior é de Belém (8,41%).

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 0,35%, abaixo tanto de abril (0,59%) como de maio de 2012 (0,55%), Com isso, chegou a 3,02% no ano (ante 2,29% em igual período do ano passado). Em 12 meses, está acumulado em 6,95%, saindo do patamar dos 7% – chegava a 7,16% em abril.