Inflação

IPCA-15 de junho é o menor em 11 meses; taxa acumulada ainda sobe

Preços de remédios e alimentos aumentam menos. Resultados ainda consideram reajuste de tarifas agora revogadas. Aumento das passagens teve impacto no resultado

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Os medicamento remédios tiveram alta de 0,65% no mês passado e somaram 4,85% no primeiro semestre

São Paulo – Com preços de alimentos e remédios subindo menos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) variou 0,38% em junho, a menor taxa em 11 meses. Em maio, a variação foi de 0,46% e em junho do ano passado, de 0,18%. No segundo trimestre, o índice ficou acumulado em 1,36%, ante 1,12% em igual período de 2012. No semestre, foi a 3,45% e em 12 meses. a 6,67%, acima dos 12 meses imediatamente anteriores (6,46%).

Segundo o IBGE, que divulgou hoje (21) os resultados, os remédios, que haviam subido 2,94% em maio, tiveram alta de 0,65%  no mês passado – e somaram 4,85% no primeiro semestre. Com a variação menor em junho, o grupo Saúde e Cuidados Pessoais foi de 1,30% para 0,72%, mesmo assim ainda o maior resultado do mês, juntamente com Vestuário.

Em relação aos alimentos, o aumento passou de 0,47%, em maio, para 0,27%. No semestre, a alta foi de 6,49%.  Nesse grupo, de Alimentação e Bebidas, “grande parte dos itens passou o custar menos de maio para junho”, diz o o IBGE, citando açaí (-12,43%), cebola (-6,01%), tomate (-5,02%), óleo de soja (-3,69%), frango inteira (-3,45%), farinha de mandioca (-3,41%), hortaliças (-3,35%) e pescados (-2,70%).

A maior pressão para baixo veio da gasolina (de -0,36% para -0,93%) e do etanol (de alta de 0,38% para queda de 4,40%) – cada item representou -0,04 ponto percentual. Mesmo assim, o grupo Transportes foi de -0,03% para 0,10%, com impacto das tarifas de ônibus urbano, “que, liderando os maiores impactos de junho, com 0,05 ponto percentual, tiveram aumento de 1,83%, ao passo que em maio haviam apresentado queda de -0,43%”. Os resultados foram calculados ainda sem considerar a revogação do aumento de tarifas, decidida esta semana, após vários protestos contra a alta de preços.

Ainda no grupo Transportes, as passagens aéreas foram de -3,41% para 6,68%. E as tarifas de ônibus intermunicipais, de zero para 0,81%.

Outros itens considerados importantes no orçamento familiar subiram menos, como empregado doméstico (de 0,76% para 0,50%), mão de obra para pequenos reparos (de 1,93% para 0,36%) e artigos de limpeza (de 1,27% para 0,21%). “Por outro lado, ocorreu aumento em itens que também exercem influência significativa nos orçamentos, com destaque para o mobiliário (de 0,27% em maio para 1,25% em junho), taxa de água e esgoto (de 0,90% para 1,21%), artigos de higiene pessoal (de 0,36% para 1,01%), tv, som e informática (de -0,92% para 0,71%) e consertos (de -0,45% para 0,75%)”, acrescenta o IBGE.

Dos índices regionais, o maior foi o do Rio de Janeiro (0,72%), ainda sob impacto das tarifas de ônibus (variação de 3,27%), com o reajuste de 7,2% que entrou em vigor no dia 1º, agora revogado. O menor foi o de Belém (-0,25%), com recuo de 1,18% nos alimentos. O IPCA-15 foi 0,39% em Belo Horizonte, 0,37% em Brasília, 0,48% em Porto Alegre e 0,27% em São Paulo.

 

“Prévia” da inflação oficial (IPCA), os preços do IPCA-15 foram coletados de 15 de maio a 13 de junho e comparados aos do período de 13 de abril a 14 de maio.