Desemprego fica estável, mas em SP taxa de maio é a menor para o mês em 20 anos

Segundo pesquisa Seade/Dieese, em 12 meses as sete regiões pesquisadas têm 666 mil ocupados e mais e 381 mil desempregados a menos

São Paulo – A taxa de desemprego nas sete regiões metropolitanas pesquisadas pelo Dieese e pela Fundação Seade ficou praticamente estável em maio, passando de 13,3% em abril para 13,2% (em maio do ano passado, a taxa foi bem menor, 15,1%). O ligeiro recuo mensal foi causado pela saída de pessoas do mercado de trabalho. Em São Paulo, que concentra 48% do total, a taxa média de maio (13,3%) foi a menor para o mês em 20 anos, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada nesta quarta-feira (30).

De abril para maio, 70 mil pessoas deixaram a população economicamente ativa (PEA) das sete regiões, que reduziram em 32 mil o número de postos de trabalho. Como o número de pessoas que deixou o mercado foi maior que o total de vagas fechadas, o número de desempregados caiu em 38 mil e foi estimado em 2,904 milhões. A pesquisa é feita em Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo, além do Distrito Federal.

No mês, a taxa recuou em Belo Horizonte (de 9,9% para 9,6%), Recife (de 18,8% para 18,3%) e Salvador (de 19,0% para 18,2%), permanecendo estável no Distrito Federal (de 14,2% para 14,3%), Fortaleza (10,6%), Porto Alegre (9,6%) e São Paulo (13,3%).

Em relação a maio de 2009, os dados são mais expressivos. Nessa base de comparação, a PEA tem 285 mil pessoas a mais, enquanto o mercado de trabalho abriu 666 mil ocupações, sendo 641 mil com carteira assinada. Com isso, o número de desempregados caiu em 381 mil. Todas as taxas de desemprego recuaram.

Na região metropolitana de São Paulo, a taxa de desemprego em maio foi a menor para esse mês desde 1990 (11,6%). No mês, os números mostram estabilidade: 39 mil a menos na PEA, 34 mil ocupados a menos e 5 mil desempregados a menos. Em 12 meses, a PEA tem 125 mil pessoas a mais, enquanto o mercado de trabalho criou 267 mil vagas, fazendo o total de desempregados recuar em 142 mil, para 1,422 milhão.

O rendimento médio dos ocupados subiu ligeiramente (0,6%) de março para abril. Em relação a abril do ano passado, subiu 0,5%. Já o rendimento dos assalariados, que exclui autônomos, por exemplo, caiu 0,6% no mês e 1,5% na comparação anual.

O coordenador de análise do Seade, Alexandre Loloian, avalia que as perspectivas de crescimento podem estar causando algum receio no mercado. “Somos um país com medo de crescer”, afirmou, classificando de “bobagem” o chamado PIB (Produto Interno Bruto) potencial, relativo às possibilidades de alta da economia. “É uma bobagem, mas isso predomina no mercado”, comentou. Além disso, para ele os dados de rendimentos não justificam qualquer preocupação relacionada a taxas de inflação. “Cadê a inflação de salário?”, questionou Loloian.