Copom vê inflação em queda e reafirma ‘parcimônia’ com corte da Selic

São Paulo – O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manifestou hoje (6) que vê a inflação caminhando para o centro da meta estabelecida pelo governo federal e […]

São Paulo – O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manifestou hoje (6) que vê a inflação caminhando para o centro da meta estabelecida pelo governo federal e reiterou que terá “parcimônia” no corte da taxa básica de juros, a Selic, que tem atualmente o menor patamar da história. 

“O Copom reafirma sua visão de que a inflação acumulada em 12 meses, que começou a recuar no último trimestre do ano passado, tende a se deslocar na direção da trajetória de metas, de forma não linear”, diz a ata da última reunião, realizada em 29 de agosto, cuja divulgação foi feita hoje. O comitê acrescenta que “a inversão na tendência da inflação contribuirá para melhorar as expectativas dos agentes econômicos, em especial as dos formadores de preços, sobre a dinâmica da inflação neste e nos próximos semestres.”

Ao mesmo tempo, os diretores do Banco Central reafirmaram a visão de que a sequência de nove cortes na Selic, agora em 7,5% ao ano, pode ser interrompida a depender do cenário definido ao longo das próximas semanas. “Considerando os efeitos cumulativos e defasados das ações de política implementadas [reduções da taxa Selic] até o momento, que em parte se refletem na recuperação em curso da atividade econômica, o Copom entende que, se o cenário prospectivo vier a comportar um ajuste adicional nas condições monetárias, esse movimento deverá ser conduzido com máxima parcimônia”, informa a ata.

Para o Copom, desde julho, quando também houve reunião do comitê, embora a inflação no curto prazo tenha sido negativamente impactada por choques de oferta associados a eventos climáticos, domésticos e externos, foram mantidos sinais favoráveis em prazos mais longos. “Dessa forma, o Copom ressalta que, no cenário central com que trabalha, a inflação tende a se deslocar na direção da trajetória de metas.” A equipe econômica de Dilma Rousseff projeta para 4,5% o centro da meta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Normalmente, o Copom eleva a Selic quando detecta tendência de alta na inflação. 

O Copom também “avalia que a recuperação da atividade econômica doméstica tem se materializado de forma gradual”. Para o comitê, o ritmo de atividade será “mais intenso neste semestre e no próximo ano”.

Sobre a crise econômica internacional, “o comitê identifica recuo na probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais, mas, ao mesmo tempo, pondera que o ambiente externo permanece complexo, dada a ausência de solução definitiva para a crise financeira europeia e os riscos associados ao processo de desalavancagem – de bancos, de famílias e de governos – ora em curso nos principais blocos econômicos”.

Para o Copom, a transmissão dos efeitos da crise externa para a economia brasileira ocorre por meio diversos canais, “entre outros, moderação da corrente de comércio [exportações e importações], moderação do fluxo de investimentos e condições de crédito mais restritivas”. “Também constitui canal de transmissão de grande importância a repercussão sobre a confiança de empresários”, acrescenta a ata.

Com informações da Agência Brasil.

Leia também

Últimas notícias