Com parques tecnológicos, ABC busca modernização de empresas

Instalação de grupo de trabalho nesta segunda-feira faz parte de programa do governo estadual. Para coordenador, grupo pode representar oportunidade para desenvolver novos setores na região

Um grupo de trabalho do Pólo Tecnológico do Grande ABC (SP) será instalado nesta segunda-feira (3), em reunião ordinária do Consórcio Intermunicipal da região. A iniciativa integra programa do governo estadual de Parques tecnológicos e a instalação deve contar com a presença dos prefeitos e de Geraldo Alckmin (PSDB), secretário de Desenvolvimento.

A coordenação do GT ficará inicialmente a cargo de Luis Paulo Bresciani, secretário de Desenvolvimento Econômico de Trabalho de Diadema. Em entrevista à Rede Brasil Atual, Bresciani sustenta que o espaço institucional permite fortalecer instrumentos para a modernização da economia da região. “O tecido produtivo não pode ficar parado no tempo, precisa se desenvolver permanentemente, mas para isso precisa de uma infraestrutura tecnológica robusta”, explica.

Por essa infraestrutura, ele se refere tanto à parte física, como cabos de telefonia e comunicação, quanto de suporte, o que inclui laboratórios, universidades, grupos de pesquisa e engenharia ads empresas.

Há 17 parques em funcionamento no estado, voltados a facilitar o surgimento de empresas de base tecnológica, resultado do trabalho em parceria com governos, universidades e setores produtivos com o intuito de criar atividades de alto valor agregado. O objetivo é formar um ambiente de alta qualidade para as atividades de pesquisa e desenvolvimento voltado a atrair empresas de alta tecnologia.

Municípios como São José dos Campos, São Carlos, Piracicaba, Campinas, São José do Rio Preto e Sorocaba têm iniciativas do tipo em funcionamento ou em fase de implantação.

Bresciani aponta que os setores mais beneficiados devem ser as cadeias produtivas mais tradicionais da região, como a automotiva e metal-mecânica e química e petroquímica. No entanto, ele defende que a ideia de “vocação” regional deve ser tomada com cautela. “A economia regional do Grande ABC é extremamente diversificada”, pondera. “Temos outros segmentos que são fortes e merecem atençao e tem possibilidade de desenvolver novas empresas modernas”, acredita.

Embora seja muito cedo para apontar com certeza os setores beneficiados, empresas de cosméticos, móveis, indústria gráfica e de alimentos estão na lista de setores que poderiam avançar na região. Empreendimentos ligados a turismo e à indústria têxtil e de moda, que já foram marcantes na região, também poderiam aproveitar o esforço conjunto dos municípios.

Inovação solidária

Segundo Bresciani, embora haja a perspecitva de constituição no consórcio de um grupo específico para ações da economia solidária, o GT do Pólo Tecnológico pode beneficiar alguns empreendimentos desse tipo. As iniciativas relacionadas à atividade industrial, de produção, podem aproveitar o grupo, já que suas ações não seriam exclusivas à economia convencional. “Mas certamente o grupo tem olhar enfático em relação as principais cadeiras produtivas da região”, explica.