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Com maior taxa para janeiro em seis anos, inflação segue em alta. Preço de alimentos sobe e gasolina cai

Com o resultado, IPCA agora está acumulado em 10,38%, enquanto o INPC soma 10,60%

Reprodução/Montagem RBA
Reprodução/Montagem RBA
Preço do café já subiu quase 60% em 12 meses. Batata, cenoura e cebola aumentaram em janeiro, segundo o IBGE

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 0,54% no primeiro mês do ano, maior taxa de inflação para janeiro desde 2016, segundo o IBGE. Com o resultado, o indicador oficial no país atinge 10,38% em 12 meses. A taxa está acima de 10% há cinco meses. Desta vez, o destaque de alta foram os alimentos, já que preços de combustíveis e energia, entre outros, recuaram.

Assim, de acordo com os resultados divulgados nesta quarta-feira (9), o grupo Alimentação e Bebidas subiu 1,11% – o item alimentação no domicílio foi de 0,79%, em dezembro, para 1,44%. O IBGE destaca altas de frutas (3,40%) e carnes (1,32%), embora menos intensas do que no mês anterior. Também aumentaram os preços médios de café moído (4,75%), na 14ª elevação seguida. Com isso, o produto soma 56,87% em 12 meses.

Preço da gasolina cai

O instituto cita ainda cenoura (aumento de 27,64% no mês), cebola (12,43%), batata inglesa (9,65%) e tomate (6,21%). Entre as quedas, arroz (-2,66%), frango inteiro (-0,85%) e em pedaços (-0,71%). Já a alimentação fora do domicílio subiu menos, de 0,98% para 0,25%. A refeição aumentou 0,44% e o lanche caiu 0,41%.

O grupo Transportes foi o único com queda no mês (-0,11%), sob influência de recuos nos preços das passagens aéreas (-18,35%) e dos combustíveis (-1,23%), item que vinha sofrendo altas sucessivas. Segundo o IBGE, o preço médio da gasolina caiu 1,14% (subiu praticamente 50% ao longo de 2021), enquanto os do etanol e do gás veicular diminuíram 2,84% e 0,86%, respectivamente. Já o óleo diesel aumentou 2,38%. Também caíram itens com transporte por aplicativo (-17,96%) e aluguel de veículo (-3,79%).

O IBGE registrou ainda altas nos preços de motocicletas (2,45%) e automóveis novos (2,19%) e usados (1,53%). Com reajuste no Rio de Janeiro, o táxi subiu 1,23%, enquanto o ônibus urbano aumentou 0,22%, com reajustes em Fortaleza, Vitória e Campo Grande.

Energia cai, gás encanado sobe

No grupo Habitação, a alta foi menor: 0,16%, ante 0,74% em dezembro. A energia elétrica caiu 1,07%, com impacto de -0,05 ponto percentual no resultado do IPCA. Depois de 19 meses, o preço médio do gás de botijão caiu (-0,73%). Mas o gás encanado teve aumento de 3,13%, com reajuste em São Paulo. E a tarifa de água e esgoto subiu 0,15%, depois de reajuste em Campo Grande.

Nos demais grupos, Artigos de Residência subiu 1,82%, com influência de eletrodomésticos e itens como mobiliário, TV e informática. Em Vestuário (1,07%), destaque para roupas masculinas, calçados e acessórios e roupas femininas, que somados tiveram impacto de 0,04 no índice geral.

Quase metade dos acordos salariais ficou abaixo da inflação em 2021

Entre as áreas pesquisadas, apenas a região metropolitana de Porto Alegre teve redução (-0,53%). Nas demais, a inflação variou de 0,41% (Recife) a 0,90% (Aracaju). Em 12 meses, todas as 16 áreas acumulam altas, que vão de 8,84% (Belém) a 12,77% (Grande Curitiba). O IPCA também atinge dois dígitos em Rio Branco (11,90%), Vitória (11,65%), Salvador (11,44%), Goiânia (11,32%), Fortaleza (11,03%), Campo Grande (11,02%), Aracaju (10,70%), Recife (10,31%), São Luís (10,18%), Porto Alegre (10,13%), Belo Horizonte (10,09%) e São Paulo (10,02%). E fica um pouco abaixo apenas em Brasília (9,83%) e Rio de Janeiro (9,04%).

INPC foi de 0,67% em janeiro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 0,67%, também o maior para janeiro desde 2016. Soma agora 10,60% em 12 meses.

Segundo o IBGE, os produtos alimentícios foram de 0,76%, em dezembro, para 1,08%. Já os não alimentícios, de 0,72% para 0,54%.