Brasil tem melhor superávit para junho em três anos e pior resultado semestral desde 1995

Comércio exterior

Agência Petrobras de Notícias

Déficit semestral de R$ 3 bilhões se deve à queda da receita de produtos como petróleo (-48,5%)

São Paulo – O Brasil fechou junho com superávit de US$ 2,394 bilhões, o melhor resultado para o mês em três anos e quase 200% acima de igual mês de 2012, mas com o pior semestre desde 1995: déficit de US$ 3 bilhões. Os números foram divulgados na tarde de hoje (1) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O resultado foi afetado em parte por importações de petróleo feitas em 2012, mas registradas apenas agora. De janeiro a junho, o país teve queda nas exportações para os principais blocos econômicos, como Estados Unidos e União Europeia.

No mês, as exportações somaram US$ 21,227 bilhões, com a melhor média diária do ano (US$ 1,061 bilhão), e as importações atingiram US$ 18,833 bilhões, com média diária recorde para junho (US$ 941,7 milhões). O saldo é bem maior do que o registrado em junho do ano passado, US$ 800 milhões, uma diferença de 199,3%.

No primeiro semestre, foram três com resultado negativo (menos US$ 4,040 bilhões em janeiro, menos US$ 1,279 bilhão em fevereiro e menos US$ 995 milhões em abril) e três positivos (US$ 162 milhões em março, US$ 758 milhões em maio e US$ 2,394 bilhões em junho).

No acumulado do ano, as vendas ao exterior atingem US$ 114,516 bilhões, enquanto as compras totalizam US$ 117,516 bilhões. Em 12 meses, até junho, o país tem superávit de US$ 9,347 bilhões. O valor é 60,9% menor do que o acumulado em 12 meses até junho de 2012 (US$ 23,901 bilhões). As exportações no período recuam 0,7% e as importações aumentam 8,4%.

Segundo o ministério, as exportações para os Estados Unidos caíram 14,8% no semestre, as vendas para a União Europeia recuaram 7,4%. Para a China, houve alta de 10,4%. As vendas para o Mercosul subiram 3,3% e as para a África caíram 5,6%. Os principais destinos para as exportações brasileiras foram China (US$ 23 bilhões), Estados Unidos (US$ 11,6 bilhões), Argentina (US$ 9,3 bilhões), Países Baixos (US$ 7,1 bilhões) e Japão (US$ 3,8 bilhões).

Entre os produtos básicos, caiu a receita com petróleo em bruto (-48,5%), algodão em bruto (-27,3%) e café em grão (-13%). Aumentaram as vendas de milho em grão (423,2%), carne bovina (21%), soja em grão (17,9%) e minério de cobre (17,2%). Nos semimanufaturados, quedas em óleo de soja (-48,7%), ferro/aço (-34%) e ferro fundido (24,6%) e altas com catodos de cobre (353,7%), açúcar em bruto (29,2%) e couros e peles (18,4%). Já nos manufaturados, aumentaram as vendas de plataforma para extração de petróleo (509,1%), etanol (67,6%) e hidrocarbonetos e derivados (34,8%).

As importações aumentaram em todos os blocos, com exceção da África (-1,7%). Cresceram as compras vindas dos Estados Unidos (10,7%), Mercosul (17,6%), União Europeia (8,2%), Oriente Médio (5,6%) e China (11,3%), entre outros. Os principais países de origem foram China (US$ 17,6 bilhões), Estados Unidos (US$ 17,6 bilhões), Argentina (US$ 8,8 bilhões), Alemanha (US$ 7,4 bilhões) e Coreia do Sul (US$ 5 bilhões).