Após trimestre fraco, expectativa para o mercado de trabalho é de melhoria

Foram criadas 602 mil vagas e 589 pessoas ingressaram na População Economicamente Ativa; número de desempregados é de 2,423 milhões

São Paulo – Após um primeiro trimestre fraco no mercado de trabalho, a expectativa é de desempenho melhor nos próximos meses, acompanhando o aquecimento da economia. O coordenador de análise da Fundação Seade, Alexandre Loloian, destaca a redução dos juros “paulatina, embora consistente”, e uma boa condução, pelo governo, dos problemas decorrentes da taxa cambial. “A economia tem tudo para crescer, é só não levantar muros imaginários”, afirmou, durante a divulgação dos resultados da pesquisa mensal realizada em parceria com o Dieese.

A pesquisa mostrou evolução um pouco maior do nível de ocupação, de 3,1% em 12 meses, o equivalente à criação de 602 mil vagas nas sete áreas acompanhadas (Distrito Federal e regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo). Em igual intervalo, 589 mil pessoas ingressaram na PEA (população economicamente ativa), fazendo o número de desempregados recuar em 13 mil, para estimados 2,423 milhões.

Na região metropolitana de São Paulo, que responde por 40% do total, a ocupação em 12 meses cresceu 2,5%, com 235 mil vagas a mais, enquanto a PEA aumentou 2,3%, o correspondente a um acréscimo de 241 mil pessoas. Com isso, o número de desempregados teve leve alta (0,5%, 6 mil a mais), para 1,208 milhão.

O analista lembra que o crescimento da PEA foi incomum para o período. “O primeiro trimestre não é um momento em que as pessoas vão para o mercado de trabalho”, observou. Mas interpretou o fato de maneira positiva: “É uma sinalização de que tanto as empresas como as famílias têm expectativa de um ano favorável”.

A indústria segue sendo um “enigma” para os técnicos. Das atividades econômicas pesquisadas, o setor industrial foi o único com queda no nível de emprego, na comparação anual. Em relação a março de 2011, foram eliminadas 59 mil vagas (-2%). O setor de serviços criou 380 mil (alta de 3,6%) e o comércio, 166 mil (5,3%). A maior alta percentual (7,8%) foi da construção civil, que abriu 98 mil postos de trabalho, com destaque para as regiões metropolitanas do Nordeste (28,4% em Recife, 17,2% em Salvador e 10,7% em Fortaleza).

O emprego com carteira assinada segue em alta, mas em ritmo menor. No mês, ficou praticamente estável, com variação de 0,3% (acréscimo de 29 mil vagas formais). Em 12 meses, são 599 mil postos de trabalho a mais, expansão de 6,4%.

A maior taxa de desemprego em março foi apurada em Salvador (17,3%) e a menor, em Belo Horizonte (5,4%). A de São Paulo ficou em 11,1%. Nas demais, atingiu 13,3% no Distrito Federal, 9,6% em Fortaleza, 7,6% em Porto Alegre e 12,3% em Recife.

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