A menor em duas décadas, taxa de desemprego em São Paulo mantém tendência de queda

Elevação em janeiro é fato comum, observa técnico da Fundação Seade, que vê expectativas positivas para a economia

São Paulo – O aumento da taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo de dezembro para janeiro (de 9% para 9,6%) é “um fato absolutamente comum”, segundo o coordenador de análise da Fundação Seade, Alexandre Loloian. “Todo início de ano a taxa se eleva”, afirmou. Apesar da alta, foi a menor taxa para o mês nos últimos 22 anos. Após um intervalo de 20 anos, a taxa média de desemprego se mantém em um dígito há quatro meses.

O número de desempregados aumentou em 69 mil na comparação com dezembro e voltou a superar o patamar de um milhão (estimativa de 1,037 milhão). O que mais chamou a atenção foi o crescimento da PEA (população economicamente ativa), ainda que a variação tenha sido pequena (0,4%, o correspondente a 46 mil pessoas a mais). “Em nenhum janeiro, desde 1990, a PEA foi positiva”, lembra Loloian.

Poderia ser um motivo de preocupação, pois várias vezes a taxa de desemprego recuou mais pela retração na PEA do que pela criação de vagas. Mas a avaliação de Loloian – e também do economista Sérgio Mendonça, do Dieese – é de que o mercado do trabalho mantém expectativas positivas. “No último quadrimestre (de 2011) a economia reverteu a sua tendência de estagnação”, diz o coordenador do Seade.

Em relação a janeiro de 2011, a PEA cresce 1%, com 104 mil pessoas a mais no mercado. A ocupação aumenta 2% (acréscimo de 191 mil). Com isso, há 87 mil desempregados a menos (-7,7%). A estimativa da pesquisa Dieese/Seade é de 9,767 milhões de ocupados na região metropolitana de São Paulo.

A taxa de desemprego subiu em relação a dezembro, mas na comparação com janeiro do ano passado mantém a tendência de queda em todos os locais: de 9,8% para 8,8% no município de São Paulo, de 11,4% para 10,7% nos demais municípios e de 10,1% para 9,4% na região do ABC.

Indústria (33 mil) e comércio (14 mil) fecharam vagas no mês. O setor de serviços abriu 18 mil vagas, enquanto o grupo “outros”, formado por construção civil e emprego doméstico”, criou 6 mil. Na comparação anual, o crescimento da ocupação se concentra no setor de serviços (169 mil empregos a mais). O comércio criou 30 mil e o grupo “outros”, 15 mil, enquanto a indústria eliminou 23 mil.

O rendimento médio dos ocupados (R$ 1.591) teve ligeira alta, de 0,6%, no mês. Em 12 meses, recuou 1,9%. A massa de rendimentos teve variação de 0,6% e -0,9%, respectivamente.