"Subavaliação gigantesca"

Apesar de ‘erros bilionários’, governo mantém tentativa de privatização da Eletrobras

Representação dos eletricitários diz que Assembleia Geral dos Acionistas para discutir modelagem da privatização tem de ser suspensa

Divulgação Eletrobrás
Divulgação Eletrobrás
“A tentativa de privatização é jogo de cartas marcadas e dados viciados", dizem eletricitários

São Paulo – Para o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), “jagunços” do capital querem privatizar a Eletrobras no apagar das luzes do atual governo. Os trabalhadores denunciam que, apesar dos “erros bilionários” relacionados à avaliação do valor de venda da estatal, o Ministério de Minas e Energia e a diretoria da empresa prosseguem agenda rumo à desestatização. A subavaliação está sob análise do Tribunal de Contas da União (TCU). Por exemplo, uma Assembleia Geral dos Acionistas está prevista para 22 de fevereiro. A pauta principal será discutir a modelagem da privatização da Eletrobras. “A reunião tem de ser suspensa ‘até segunda ordem’”, diz o CNE.

Em documento datado de quinta-feira (3), os eletricitários afirmam que “o governo Temer promoveu a obstinada sanha de tentar privatizar a Eletrobras a qualquer custo”. Isso porque o processo pelo qual passa a estatal é repleto de “riscos, irregularidades, interesses escusos e cálculos fraudulentos para entregar a encomendada privatização”.

‘Subavaliação gigantesca’ pode inviabilizar privatização da Eletrobras

O processo de privatização da Eletrobras deveria ser interrompido imediatamente até apuração de todos os ‘erros’ bilionários, dizem os eletricitários.

Valor desconhecido

Um possível “erro metodológico” nos estudos técnicos relacionados à privatização da empresa veio a público esta semana e causou alvoroço nos meios econômicos. O engano teria produzido a subavaliação no valor da outorga, cujo valor se desconhece desconhecido, mas pode chegar a dezenas de bilhões de reais.

Somente após o ministro Vital do Rêgo, do TCU, devolver o processo ao plenário da corte é que se saberá se houve erro e qual a sua dimensão, de acordo com o jornal Valor Econômico. Mas isso só deve ocorrer até março.

“A tentativa de privatização é um autêntico jogo de cartas marcadas e dados viciados”, denunciam os eletricitários. “Agentes públicos, nomeados para defender os interesses da União e, no entanto, defendem vergonhosamente interesses privados, enviesados, encomendados”, alerta o CNE. Para os eletricitários, “os jagunços do capital querem privatizar a Eletrobras no apagar das luzes. “Isto no de fim de feira de um governo que já acabou.”

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