Despencando

Taxa básica de juros cai para 3,75% ao ano, a menor desde 1996

Para diretor técnico do Dieese, Banco Central precisa adotar medidas mais ousadas para o enfrentamento da crise e colocar sistema financeiro para contribuir

Agência Brasil
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Selic caiu de 4,25% para 3,75%, chegando ao menor patamar desde 1996, quando teve início a série histórica

São Paulo – A taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, caiu para 3,75% ao ano. O corte de 0,50 ponto percentual foi anunciado hoje (18) pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom. A decisão foi unânime.

A Selic caiu de 4,25% para 3,75%, chegando ao menor patamar desde 1996, quando teve início a série histórica. O BC informou que a conjuntura pede cautela na condução da política monetária e, por isso, considera “adequada” essa nova redução da Selic para enfrentar a crise atual.

Para o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Júnior, a redução da taxa de juros anunciada pelo Copom era esperada. “Com a crise econômica e a instabilidade gerada pela pandemia do coronavírus, era a medida correta a ser encaminhada”, avalia. 

“Porém, é preciso que o Banco Central adote medidas mais ousadas para o enfrentamento dessa situação econômica sem precedentes”, alerta o economista. “É vital que o BC tome medidas que coloque o sistema financeiro para contribuir em ações para mitigar os efeitos dessa crise já instalada.”

Efeitos na economia

A Selic é a taxa básica do país, que referencia outras taxas de juros, como alguns financiamentos, e para remunerar investimentos corrigidos por ela. Por exemplo, a poupança e os CDIs.

Desde 2012, quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança é de 6,17% ao ano (0,5% ao mês) mais TR (Taxa Referencial). Porém, quando a Selic é igual ou menor que 8,5%, a poupança passa a render 70% da Selic mais TR.

Os juros cobrados dos consumidores, no entanto, são mais altos. Com isso, os bancos ganham muito, já que pagam pouco para captar recursos e remunerar investimentos, mas cobram juros bem mais altos quando emprestam no cheque especial e cartão de crédito, por exemplo. É o spread bancário.

Histórico

O corte de 0,5 ponto percentual de hoje foi o sexto consecutivo.

A partir de outubro de 2016 houve uma sequência de 12 cortes na Selic, que caiu de 14,25% ao ano para 6,5% ano. Depois, entre maio de 2018 e junho de 2019 e dez reuniões do Copom, não houve alteração na taxa.

Então, em julho do ano passado, a redução foi de 0,5 ponto percentual, chegando a 6% ao ano. Em dezembro passado, a Selic passou de 5% para 4,5% ao ano.