ligações perigosas

Parlamentares do PT querem renúncia do ministro Serraglio e CPI da Carne Fraca

Para os deputados, ministro envolvido em esquema criminoso denunciado pela PF não pode chefiar pasta da Justiça; bancada quer também uma CPI, já que escândalo afeta imagem do país no exterior

Blog do Osmar Serraglio

Serraglio, na votação de abril de 2016, quando votou pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff

São Paulo – Parlamentares do Partido dos Trabalhadores querem a renúncia do ministro da Justiça, o deputado federal licenciado Osmar Serraglio (PMDB-PR), e a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para aprofundar as investigações da Polícia Federal (PF) na operação Carne Fraca.

De acordo com informações divulgadas na última sexta-feira (17) pela PF, o ministro de Michel Temer (PMDB) está diretamente envolvido com o esquema criminoso que inclui a venda de carnes impróprias para o consumo maquiadas por produtos químicos e nocivos à saúde, por empresas do grupo JBS e a BRF.

Para os deputados Paulo Pimenta (PT-RS) e Zeca Dirceu (PT-PR), trata-se de mais um ministro flagrado em relação direta com esquema criminoso. “Logo o da Justiça. Não pode ficar no cargo”, publicou Pimenta em seu perfil no Twitter.

Em entrevista à Rádio PT na Câmara, Zeca Dirceu afirmou que no Paraná, há muito tempo pipocam notícias, denúncias da ação de Serraglio “interferindo e fraudando questões relacionadas ao Ministério da Agricultura nesta área de inspeção de alimentos”.

“Inclusive há uma denúncia feita por um frigorífico da região de Maringá (oeste do Paraná) de que ele teria pressionado funcionários do Ministério da Agricultura para interditar o referido frigorífico, em benefício de outro frigorífico do seu interesse”, comentou.

CPI

O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (PT-SP), divulgou nota em que anuncia que a bancada irá coletar assinaturas para instalação de uma CPI para aprofundar as investigações da Operação Carne Fraca.

Segundo ele, “o Congresso Nacional deve contribuir com as investigações, já que as denúncias afetam diretamente os interesses do País”.

Impeachment

Em abril de 2016, quando defendeu o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, Osmar Serraglio cobrou competência, respeito e princípio da legalidade. E defendeu Temer.”Ainda agora, Temer prega a pacificação nacional. Tem consciência da soberba tarefa, se lha de advir. Sempre procurou oferecer governabilidade ao País, conduzindo seu maior partido político. Este PMDB, que me orgulho de aqui representar.”

Confira o discurso: