guerra da informação

Economistas rechaçam ataques da mídia a documento com agenda positiva para o país

Entidades que assinam o “Por um Brasil Justo e Democrático” divulgam nota contra tentativas de desqualificar a proposta de emprego e renda no centro da política econômica do governo

Divulgação

Fagnani, economista que assina o documento: isso está servindo para desqualificar os atores e interditar o debate

São Paulo – As entidades que assinam o documento “Por um Brasil Justo e Democrático”, lançado em 28 de setembro, em São Paulo, e que propõe uma agenda econômica ao governo que coloque a geração de emprego e renda no centro de suas políticas, divulgaram nota ontem (7) na qual protestam contra a “visão deturpada que vem sendo atribuída à sua autoria no âmbito dos meios de comunicação”.

O documento surge em um momento de agravamento da recessão, com a perspectiva de o país perder 1 milhão de empregos formais neste ano, e expressa o pensamento de cerca de duas centenas de economistas e formadores de opinião identificados com a necessidade da retomada do crescimento e de uma agenda positiva para o país, alternativa ao ajuste fiscal.

As entidades que apoiam a iniciativa são contra a rotulação do documento pela grande mídia, que o sustenta como produzido “pela fundação do PT”, em referência à Fundação Perseu Abramo, ou por “economistas petistas”.

“É espantoso o nível de delírio ideológico, ou de burrice mesmo, que orienta a vida de velhos comunas no país. Há alguns dias houve mais uma prova dessa ignorância pré-muro de Berlim. A Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, lançou um documento atacando, quem diria, a presidenta e suas débeis tentativas de organizar as contas públicas”, afirmou na terça-feira (6) o colunista da rádio CBN Arnaldo Jabor.

“Isso está servindo para desqualificar os atores e interditar o debate. Estamos sendo julgados como ‘irresponsáveis’ e ‘oportunistas’, além de outras teorias conspiratórias a serviço de Lula. Num país em que não há limites para o ódio político, que agora invade até cerimônias fúnebres, não podemos deixar em branco a manipulação totalitária da mídia sobre a autoria do documento”, afirma o professor de economia da Unicamp Eduardo Fagnani, que também assina o documento, referindo-se ao velório, nesta semana, do ex-senador e ex-presidente do PT José Eduardo Dutra, em que foram jogados panfletos com a frase “petista bom é petista morto”.

Confira a íntegra da nota:

Em respeito aos inúmeros acadêmicos, cientistas e intelectuais independentes que aceitaram o convite para participar de forma plural e suprapartidária da elaboração do documento “Por um Brasil Justo e Democrático”, vimos expressar nosso estranhamento com a visão deturpada que vem sendo atribuída à sua autoria no âmbito dos meios de comunicação em geral.

A participação da Fundação Perseu Abramo como uma das articuladoras desse esforço coletivo não sustenta a simplificação de se tratar tal documento como partidário, o que ele não é. Essa simplificação presta-se para interditar o debate pela desqualificação dos atores.

A motivação de discutir o modelo de sociedade e oferecer alternativas ao debate plural e democrático de ideias teve como ponto de partida a reflexão acumulada nos últimos anos pelo Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, Rede Desenvolvimentista, Brasil Debate e Plataforma Política Social – Caminhos para o Desenvolvimento, que participaram da organização do documento em conjunto com organizações da sociedade civil como o Le Monde Diplomatique Brasil e o Fórum 21. Muitos dos intelectuais que cooperaram para a elaboração do documento – pertencentes a diversas universidades, centros de pesquisa e organizações da sociedade civil – contribuíram para a reflexão fomentada por esses núcleos.

Nosso intuito nesta nota é restabelecer a veracidade deste processo e sua relevância na construção de um projeto alternativo para o Brasil.

Brasil Debate

Centro Internacional Celso Furtado de Políticas Para o Desenvolvimento

Fórum 21

Fundação Perseu Abramo

Le Monde Diplomatique Brasil

Plataforma Política Social

Rede Desenvolvimentista


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