São Bernardo do Campo – Entidades ligadas ao setor de transporte de carga se uniram para reivindicar do governo federal um programa de renovação da frota de caminhões. A proposta foi entregue à Casa Civil e ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior na tarde de ontem (25) e é voltada para os caminhoneiros autônomos, donos 89% da frota de caminhões com tempo de uso acima de 30 anos.

De acordo com a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), cerca de 230 mil caminhões com mais de 30 anos rodam pelas estradas do país. A tecnologia ultrapassada destes veículos os faz mais poluentes e também contribui para aumentar os riscos de acidentes. A proposta não é nova. Entidades como Confederação Nacional do Transporte (CNT), Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), entre outros, solicitam há anos um programa com essas características.

Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT, esteve na entrega do documento em Brasília e falou da limitação de alguns programas estaduais, que ainda estão no início e possuem falhas. “Com o programa nacional a expectativa é de maior adesão dos caminhoneiros e quem ganha com isso também é a comunidade com menos poluição e acidentes”. A proposta é particularmente importante para a região, porque pouco mais da metade dos caminhões em circulação no Brasil sai das linhas de montagem nas fábricas do ABCD.

Troca

Pela proposta sugerida pelas entidades, o caminhoneiro autônomo entrega o seu veículo a um centro de reciclagem e recebe um crédito tributário de R$ 30 mil e uma certificação de que o veículo foi destruído. Com esse documento, ele pode comprar um caminhão zero quilômetro em condições especiais de financiamento, com juros baixos e prestações com valores mais atraentes. Ou pode trocar o veículo por outro caminhão usado com até dez anos. Se a proposta for implementada, a expectativa é que em menos de uma década a parcela da frota de caminhões com mais de 30 anos esteja renovada.

“Nossa expectativa é do governo federal inaugurar o programa o quanto antes e oferecer linhas especiais por meio do  BNDES, com mais facilidades de acesso, já que esses caminhoneiros têm dificuldade ao crédito”, disse o presidente da CNT, Clésio Andrade.