Distorções

Copom: inflação ‘resistente’ reduz confiança das famílias e inibe investimentos

Em ata, Copom indica manutenção da política de alta de juros

São Paulo – Na divulgação da ata da reunião realizada semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central identifica uma inflação resistente, com repercussão sobre a confiança e o consumo das famílias. A “evidência internacional”, diz o BC, mostra que taxas altas de inflação causam “distorções que levam a aumento dos riscos e deprimem os investimentos”. E isso se manifesta em “encurtamento dos horizontes de planejamento das famílias, empresas e governos, bem como na deterioração da confiança de empresários”. Esses e outros argumentos foram manifestados para justificar a elevação – a terceira seguida – da taxa básica de juros em meio ponto, para 8,5% ao ano.

O comitê também fala sobre a “depreciação e a volatilidade” da taxa de câmbio nos últimos trimestres, que “ensejam uma natural e esperada correção de preços relativos”. Para o Copom, em certa medida isso reflete perspectivas de transição nos mercados financeiros internacionais “na direção da normalidade”, mas “constitui constitui fonte de pressão inflacionária em prazos mais curtos”.

Ao considerar o “dano” que a persistência do processo inflacionário causaria na tomada de decisões sobre consumos e investimentos, o Copom aponta necessidade de revertê-lo “com a devida tempestividade” – em outras palavras, sem afobação. Na sequência, o comitê indica que a alta de juros ainda não acabou, ao entender “ser apropriada a continuidade do ritmo de ajuste das condições monetárias ora em curso”.

Leia também

Últimas notícias