Montadoras de veículos têm agosto recorde com incentivos

Volume montado em agosto somou 329,3 mil veículos, superando o recorde de 326,2 mil unidades de um ano atrás (Foto: Marcelo Camargo/ABr) São Paulo – A produção de veículos do […]

Volume montado em agosto somou 329,3 mil veículos, superando o recorde de 326,2 mil unidades de um ano atrás (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

São Paulo – A produção de veículos do Brasil em agosto confirmou expectativas e foi a maior da história do setor no país, impulsionada por venda também recorde que reduziu estoques do setor, segundo dados divulgados hoje (6) pela associação das montadoras, a Anfavea. O volume montado em agosto somou 329,3 mil veículos, superando o recorde de 326,2 mil unidades de um ano atrás. Na comparação com julho, a produção cresceu 10,6% e sobre o mesmo mês do ano passado houve alta de 1%.

No acumulado de janeiro a agosto, a indústria automotiva registra produção de 2,18 milhões de veículos, 7,2% abaixo do produzido um ano antes, diante de um primeiro semestre em que o setor patinou antes do governo adotar medidas de incentivo às vendas, com redução de imposto e apoio ao crédito.

Apesar disso, a Anfavea manteve sua expectativa de crescimento de 2% na produção este ano, para 3,475 milhões de unidades.

Enquanto isso, as vendas, impulsionadas pela expectativa dos consumidores com o fim do desconto do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que acabou sendo renovado pelo governo até o fim de outubro, cresceram 15,3% sobre julho, para 420,1 mil unidades, acima do recorde de 381,6 mil de dezembro de 2010.

O desempenho de agosto, o mês com mais dias úteis do ano, elevou o total vendido no ano para 2,5 milhões de unidades, 5,5% a mais que no mesmo período de 2011. O crescimento está perto da estimativa da Anfavea, de expansão nas vendas no país entre 4% e 5%, para 3,77 milhões a 3,81 milhões de veículos.

“As vendas no ano devem ficar mais perto de 5% do que de 4%. Ainda é cedo para saber se poderá ficar acima de 5%”, disse o presidente da Anfavea e do grupo Fiat para América Latina, Cledorvino Belini, a jornalistas.

Segundo ele, a tendência é que setembro apresente queda nas vendas na comparação com agosto em função de um menor período de licenciamentos. “Setembro tem só 19 dias úteis, são 20% menos dias de comercialização ante agosto”, disse Belini.

Mas em outubro deve haver nova alta mensal, de modo que “as vendas se comportem na média dos últimos três meses, de 16.900 veículos por dia útil”, afirmou o executivo.

O total de estoques do setor terminou agosto em queda de 19%, a 266.223 veículos, equivalente a 19 dias de vendas ante 27 dias em julho, segundo a Anfavea.

A Fiat liderou as vendas no mês passado ao registrar emplacamentos de 98.211 automóveis e comerciais leves, alta de 16,7% sobre julho. A Volkswagen apurou vendas de 89.351 unidades, 13,5% maiores em relação ao mês anterior, seguida pela General Motors com 75.872 emplacamentos, crescimento mensal de 28%.

A Ford viu as vendas crescerem 4,8% ante julho, ao comercializar 31.079 automóveis e comerciais leves em agosto. Enquanto isso, a Renault se aproximou da montadora norte-americana, vendendo 27.904 unidades, alta mensal de 21,7%.

Caminhões

Isoladamente, a produção de caminhões em agosto somou 12.518 unidades, praticamente estável ante julho e 44,6% menor que em agosto de 2011.

No acumulado até agosto, o segmento registra tombo de 40,2% na comparação anual, para 87.943 mil unidades, em meio à fraqueza da economia e à forte antecipação de compras de 2011 que ocorreu antes da mudança no regime de emissões do país. A alteração obrigou a produção de veículos menos poluentes, mas mais caros a partir deste ano.

Porém, o setor está “otimista”, segundo Belini, depois que o governo anunciou no fim de agosto medidas de estímulo às vendas de caminhões e vagões.

Entre as ações tomadas estão a redução de juros do BNDES para financiamento de caminhões de 5,5% para 2,5% ao ano, por meio do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), e depreciação acelerada de cinco anos para um ano, dos veículos comprados até 31 de dezembro. O mecanismo permite redução de impostos.

“Isso é medida de alto impacto e até o final do ano deveremos ter crescimento de vendas (…) Além disso, o aumento da atividade econômica vai automaticamente impulsionar as vendas de caminhões”, disse Belini, evitando fazer projeções específicas. Segundo ele, o estoque de caminhões não é alto, mas o problema é “falta de encomenda”.