São Paulo – As quedas na taxa básica de juros anunciadas nos últimos meses pelo Banco Central não estão beneficiando clientes de todos os bancos. Na maioria das vezes, as instituições financeiras oferecem opções de crédito mais caras e omitem a cobrança de taxas que encarecem a tomada de dinheiro. Durante dois meses, pesquisadores do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) foram às agências de Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú e Santander – as seis maiores instituições financeiras do país – solicitar empréstimos pessoais de R$ 300, a serem pagos em cinco parcelas. 

No HSBC, na Caixa e no Itaú, o atendente sugeriu o cheque especial, opção mais cara para o consumidor. No Itaú os juros para cheque especial são de 8,89% ao mês, ao passo que os do empréstimo pessoal são de 4,50%, quase a metade. Com exceção do Banco do Brasil, todas as instituições deram informações incompletas ou incorretas cobre o Custo Efetivo Total do empréstimo, que inclui tributos, tarifas, seguros e outras despesas cobradas do cliente. No Santander, por exemplo, os juros para o empréstimo pessoal são de 4,79% ao mês. Entretanto, o custo efetivo da operação salta para 9,24% ao mês, de acordo com o valor calculado pelo Idec.

O Santander obteve o pior desempenho na avaliação de contratação de crédito. O Idec avaliou o cumprimento de todos os quesitos legais, como oferta de simulação do pagamento, cobrança de tarifa, entrega espontânea do contrato e planilha com o custo total. Com isso, o Santander obteve 44% de adequação. Banco do Brasil e Bradesco empataram com 78% de adequação e tiveram o melhor desempenho. 

O órgão de defesa do consumidor também avaliou os contratos dos empréstimos. O HSBC obteve apenas 17% de aprovação nesse item, enquanto Banco do Brasil e Santander não entregaram nenhum contrato aos clientes, o que seria obrigatório.