Preços da cesta básica começam o ano em alta

Valores subiram em todas as capitais pesquisadas pelo Dieese em janeiro. Salário mínimo necessário foi calculado em R$ 2.194,76

São Paulo – No primeiro mês de 2011, os preços da cesta básica subiram em 14 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. As maiores altas foram registradas em  Brasília (9,41%), Fortaleza (5,25%), Rio de Janeiro (3,94%) e Aracaju (3,91%). Foram apuradas quedas em Curitiba (-2,79%), São Paulo (-1,47%) e Recife (-0,32%). Apesar da redução, São Paulo ainda tem a cesta básica mais cara: R$ 261,25. Com base nesse valor, o Dieese calculou o salário mínimo necessário para uma família em R$ 2.194,76, correspondente a 4,06 vezes mais que o valor oficial. Essa proporção era de 4,37 vezes em dezembro e de 3,9 em janeiro do ano passado.

“O comportamento dos preços em janeiro resultou em uma aproximação do custo total da cesta, pois em seis localidades os valores ficaram acima de R$ 250,00. Por outro lado, apenas em Aracaju (R$ 182,76) os produtos básicos custaram menos de R$ 200,00”, informou o instituto. Depois de São Paulo, as cestas mais caras em janeiro foram as de Manaus (R$ 255,80) e Brasília (R$ 255,65).

Ainda de acordo com o Dieese, para comprar os alimentos considerados essenciais um trabalhador que recebe salário mínimo precisou cumprir uma jornada de 95 horas e três minutos. O tempo caiu em mais de três horas em relação a dezembro (98 horas e 11 minutos), mas foi bem maior que o período necessário em janeiro do ano passado (86 horas e 48 minutos).

O tomate foi o produto que mais pressionou os preços em janeiro, com altas em todas as 17 capitais. O aumentou chegou a 79,38% no Rio, 76,82% em Belo Horizonte, 73,97% em Goiânia, 72,34% em Vitória e 71,61% em Brasília. “As grandes tempestades de janeiro afetaram a produção, além de dificultarem o transporte devido à destruição de estradas e pontes. Também por conta das chuvas, o tomate está caro e de baixa qualidade”, diz o Dieese.

Na comparação anual, os preços da cesta básica também aumentaram em todas as cidades pesquiadas. As maiores altas foram registradas em Fortaleza (23,08%), Goiânia (20,97%) e Natal (20,28%). As menores ocorreram em Aracaju (8,06%) e Porto Alegre (7,67%).