'Cinzas dos medos'

Sínodo da Amazônia: Papa Francisco condena ‘fogo ateado por interesses’ que devastam a região

"Quantas vezes houve colonização em vez de evangelização! Deus nos preserve da ganância dos novos colonialismos”, disse o pontífice na abertura do encontro

Vatican News
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Papa Francisco ressaltou que as populações da Amazônia carregam “cruzes pesadas”

São Paulo – O Papa Francisco abriu na manhã deste domingo (6) a primeira assembleia especial do Sínodo dos Bispos dedicada à região amazônica. Em sua fala, fez referência às queimadas na Amazônia que, só no mês de agosto, registrou 43.573 focos de incêndio, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“O fogo ateado por interesses que destroem, como o que devastou recentemente a Amazônia, não é o do Evangelho. O fogo de Deus é calor que atrai e congrega em unidade. Alimenta-se com a partilha, não com os lucros”, disse o pontífice.
“Quando sem amor nem respeito se devoram povos e culturas, não é o fogo de Deus, mas do mundo. Contudo quantas vezes o dom de Deus foi, não oferecido, mas imposto! Quantas vezes houve colonização em vez de evangelização! Deus nos preserve da ganância dos novos colonialismos.”

O papa disse ainda que que as populações amazônicas carregam “cruzes pesadas”. “Por eles, pelos que estão agora a dar a vida, pelos que deram a sua vida, com eles, caminhemos juntos”, exortou o Papa Francisco.

Segundo o pontífice, a Igreja está “sempre a caminho, sempre em saída, nunca fechada em si própria”. “Se tudo continua igual, se os nossos dias são pautados pelo ‘sempre se fez assim’, então o dom desaparece, sufocado pelas cinzas dos medos e pela preocupação de defender o status quo“, defendeu.

Uma parte da missa papal foi celebrada em português. No encontro, há 185 padres sinodais, 58 deles do Brasil, além de representantes de comunidades indígenas. A reunião conta ainda com personalidades como o ex-secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, delegados de outras igrejas e comunidades cristãs presentes no território pan-amazônico; e convidados especiais como cientistas e peritos no setor do meio ambiente e outras disciplinas.

Com informações do Vatican News e Agência Ecclesia