‘Terror na Antártida’ traz tensão em paisagem gelada

(Foto: Divulgação) São Paulo- Apesar do título sombrio, o novo filme do diretor Dominic Sena (“60 Segundos”), estreia nacional desta sexta-feira (2), nada tem de terror. Trata-se de um suspense […]

(Foto: Divulgação)

São Paulo- Apesar do título sombrio, o novo filme do diretor Dominic Sena (“60 Segundos”), estreia nacional desta sexta-feira (2), nada tem de terror. Trata-se de um suspense policial estrelado pela inglesa Kate Beckinsale (da franquia “Underworld”), cujo atrativo é a paisagem da Antártida e a tensão que ela pode instigar em seus visitantes.

Tudo começa quando, ainda na década de 1950, um avião russo sobrevoa a região, sem qualquer motivo aparente. Também é inexplicável o que leva o co-piloto a abrir fogo contra os tripulantes, ação que leva, sucessivamente, a um tiroteio, à morte do piloto e à queda do avião em meio ao gelo. A única pista é um baú, ao qual o co-piloto olha fixamente.

Anos depois, já nesta década, a câmera acompanha o passo apressado da agente federal Carrie Stetko (Kate), que entra apressadamente em uma base de pesquisa no continente antártico. Ali, em pleno deserto polar, ela é a lei, em meio a estudantes, cientistas e exploradores dos mais diversos países.

A dinâmica aparentemente maçante é quebrada quando uma equipe de busca encontra um geólogo violentamente assassinado a quilômetros da base. Seu grupo de pesquisa está desaparecido e Carrie não sabe por onde começar as buscas. Não demora muito para que as esparsas informações levem a agente para os russos e o segredo daquele avião.

Um complicador para a investigação de Carrie é a repentina aparição do oficial da ONU Robert Pryce (Gabriel Macht, de “Spirit – O Filme”) para acompanhar todo o processo. Como se trata de território internacional, o rapaz teme que os assassinatos criem um problema diplomático (uma justificativa sem qualquer consistência). A dupla deverá aprender a trabalhar junta, apesar dos problemas emocionais de Carrie – que serão revelados em flashbacks durante toda a projeção.

Escrito pelos irmãos Jon e Erich Hoeber, que já haviam trabalhado juntos em Montana (1998), o roteiro apresenta uma série de buracos que, por primários, são inexplicáveis. Do tiroteio em um avião pressurizado às grandes revelações finais, tanto os conflitos como suas soluções parecem mal engendrados.

Dominic Sena não consegue finalizar uma produção convincente, que consiga aproveitar todo o potencial psicológico de seus personagens.

Eles invariavelmente estão presos, prestes a morrer, seja pelas mãos de um assassino, seja asfixiados em meio a uma montanha de gelo. Mas Sena não imprime tensão na tela, não se percebe um perigo real para os protagonistas. Um problema e tanto para um suspense.

Fonte: Reuters

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