Em livro, psicóloga feminista defende regulação da imagem da mulher na mídia

A deputada Luiza Erundina, à esquerda, participa do lançamento do livro (Foto: Antonio Cruz/ABr) São Paulo – Será lançado hoje (18), às 19h, na sede do Sindicato dos Bancários de […]

A deputada Luiza Erundina, à esquerda, participa do lançamento do livro (Foto: Antonio Cruz/ABr)

São Paulo – Será lançado hoje (18), às 19h, na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o livro “A Imagem da Mulher na Mídia”, da psicóloga feminista Raquel Moreno. A publicação debate a necessidade de regulamentação da imagem da mulher na mídia, para combater preconceitos e garantir igualdade de direitos.

O livro faz uma reflexão sobre a legislação brasileira e apresenta a experiência e as leis de 12 países que adotaram medidas de regulamentação, entre eles Estados Unidos, Canadá, Espanha, França, Itália e Argentina, além da União Européia.

“Nesses países, todos os interesses estabelecidos no Estado Nação, como o direito constitucional da igualdade entre homens e mulheres, são superiores aos da mídia”, afirma a autora. “A ideia é estabelecer um consenso em prol desses objetivos superiores. Depois disso deve ser criada uma comissão para acompanhar sua efetiva implantação”.

Ela participará do debate ao lado da presidenta do Sindicato do Bancários, Juvandia Moreira, da secretária nacional de Comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Rosane Bertotti, do presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges, e da deputada federal Luiza Erundina (PSB). O lançamento será no Auditório Azul do Sindicato, localizado na rua São Bento, 413.

“A mídia trata as mulheres da mesma forma que trata outros seguimentos que pretende manter em uma posição de subalternidade”, conta Raquel. “Por exemplo, se uma categoria profissional faz greve, a mídia retrata o prejuízo para a população, mas não diz o que aquela categoria de fato queria e em qual situação vivia. Ela, então, trata as mulheres do mesmo jeito que trata os trabalhadores, os homossexuais e os negros”.

Para ela, regular a imagem da mulher na mídia traria uma série de ganhos. “Não chegaremos a uma sociedade em que todos sejam de fatos tratados iguais se a cultura é contaminada por imagens que reproduzem preconceitos, que ridicularizam as mulheres, que impõe um modelo de beleza, feminilidade e comportamento que é o que interessa aos anunciantes”, avalia. “A sociedade vai dar um salto se todos os seguimentos da população puderem ter direitos iguais e seus direitos humanos respeitados”.