Até domingo

Do sertão para a Galeria Olido, os cangaceiros estão em Sampa

Mostra 'Lembrando o Cangaço' apresenta, até o próximo domingo, oito filmes sobre o movimento ocorrido no sertão nordestino

Divulgação

‘O Cangaceiro’ (1953), de Lima Barreto, ganhou prêmios de melhor filme e trilha sonora no Festival de Cannes

Os personagens que fizeram parte da história do cangaço, entre o fim do século 19 e o começo do 20, no sertão do Nordeste, foram tema de alguns filmes nacionais. No mês em que são celebrados os 75 anos de morte do maior ícone desse “movimento”, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, o Cine Olido promove a mostra Lembrando do Cangaço, de ontem (16) até o próximo domingo (21).

Oito filmes ambientados ou que tratam, direta ou indiretamente, sobre o cangaço serão exibidos no cinema da Galeria Olido, no Centro de São Paulo. Fazem parte da programação clássicos como Deus e o Diabo na Terra do Sol e O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro, de Glauber Rocha, documentários e até o cômico popular O Lamparina, com o comediante Mazzaropi.

O primeiro filme a ser exibido é Baile Perfumado, cinebiografia do imigrante libanês Benjamin Abrahão, mascate que se infiltrou no bando de Lampião para captar imagens dos cangaceiros. Sua história é contada a partir da morte de Padre Cícero até o assassinato de Lampião. O rei do cangaço é apresentado no filme de Lírio Ferreira e Paulo Caldas de uma maneira bem diferente: deslumbrado com as “modernidades” que chegavam ao sertão, Lampião se encanta com a máquina fotográfica, com o uísque escocês e o perfume francês.

Logo depois da primeira exibição pública, as imagens originais captadas por Benjamin foram proibidas pelo governo Vargas e ficaram esquecidas durante 20 anos nos porões do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Elas só voltaram a ser exibidas em 1959 com narração em off e sob o nome Lampião (O Rei do Cangaço), com cenas do cotidiano do bando.

Clássico do Cinema Novo, O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro, de Glauber Rocha, trata sobre o embate entre Coirana – que aparece na cidade de Jardim das Piranhas dizendo que é a encarnação de Lampião – e Antônio das Mortes, que assassinou Corisco, o subtenente do grupo de Lampião.

No documentário A Musa do Cangaço, dirigido por José Umberto e lançado em 1982, Dadá revela o papel da mulher e sua efetiva participação neste movimento nordestino de luta armada. Mulher de Corisco, ela conta como era a vida do bando, como se organizavam para sobreviver, os códigos de honra, as táticas de guerrilha e sobre os amores dos cangaceiros.

A história da musa também é retratada em Corisco e Dadá, de Rosemberg Cariry, que tem Chico Diaz e Dira Paes nos papéis principais. O longa mostra a relação dela com Corisco, conhecido pela crueldade, valentia e beleza. No dia a dia, Dadá vê seu ódio por ter sido raptada aos 12 anos de idade ser transformado em companheirismo e amor.

O festival exibe também O Cangaceiro, sucesso de 1953 dirigido por Lima Barreto, o primeiro filme brasileiro a receber um grande prêmio internacional – Melhor Filme de Aventura e Menção Honrosa para a Trilha Sonora no Festival de Cannes.

Mostra Lembrando do Cangaço
De 16 a 21 de julho
• Cine Olido, na Galeria Olido – Avenida São João, 473
• R$ 0,50 e R$ 1

17 de julho
15h – Deus e o Diabo na Terra do Sol
17h – A Musa do Cangaço e Corisco & Dadá
19h – Lampião (O Rei do Cangaço) e O Cangaceiro
18 de julho
15h – A Musa do Cangaço e Corisco & Dadá
17h – Baile Perfumado
19h – O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro
19 de julho
15h – Lampião (O Rei do Cangaço) e O Cangaceiro
17h – Deus e o Diabo na Terra do Sol
19h – A Musa do Cangaço e Corisco & Dadá
20 de julho
15h – O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro
17h – Lampião (O Rei do Cangaço) e O Cangaceiro
19h – Baile Perfumado
21 de julho
15h – Deus e o Diabo na Terra do Sol
17h – O Lamparina
A bilheteria abre uma hora antes do início da sessão.
Confira a programação completa do Cine Olido.