Agência da ONU alerta sobre guerra cibernética em curso

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©PETER MACDIARMID / POOL / EPA

Uma guerra invisível e silenciosa está sendo travada entre nações do mundo, alerta agência da ONU

Brasília – O secretário-geral da União Internacional das Telecomunicações (UIT), Hamadoun Toure, ressaltou que a comunidade tem de buscar mecanismos de combate aos ataques virtuais. Toure chamou esse combate de “guerra cibernética”. A UIT é a Agência do Sistema das Nações Unidas dedicada a temas relacionados às Tecnologias da Informação e Comunicação.

A afirmação de Toure ocorre no momento em que o Brasil e o mundo discutem mecanismos de proteção a dados na internet após a divulgação as denúncias de espionagem por agências norte-americanas.

“Há uma ‘ciberguerra’ em curso”, disse o secretário. “Tal como na guerra convencional, não há vencedores, só destruição”, destacou, durante conferência em Genebra, na Suíça.

Para Toure, as consequências de uma “guerra cibernética” podem causar “enormes perdas financeiras ou mesmo o caos social”. De acordo com ele, os governos e as empresas mundiais têm de pensar em conjunto sobre como enfrentar a ameaça. “Ninguém pode conseguir fazê-lo por si. Temos de mudar a mentalidade”, disse.

Ainda segundo o dirigente daquela agência, na liderança desta guerra cibernética “não existem superpotências”, uma vez que vírus e outros ataques podem ser desencadeados a baixos custos. “Temos de tratar o ciberespaço tal como tratamos o mundo real”, ressaltou.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse na semana passada que o governo do Brasil pretende encaminhar a preocupação com o monitoramento de contatos eletrônicos e telefônicos, recentemente denunciados em escala mundial, às instâncias internacionais.

O chanceler quer recorrer à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na tentativa de definição de normas claras de comportamento para os países quanto à privacidade das comunicações dos cidadãos e a preservação da soberania dos demais Estados e também à União Internacional de Telecomunicações (UIT).

Na UIT, Patriota pretende apelar para o aperfeiçoamento de regras multilaterais sobre segurança das telecomunicações.