Cai migração para São Paulo, aponta estudo da Fundação Seade

São Paulo – A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) não é mais o principal destino dos brasileiros que buscam novos locais de moradia, aponta estudo sobre migração na primeira […]

São Paulo – A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) não é mais o principal destino dos brasileiros que buscam novos locais de moradia, aponta estudo sobre migração na primeira década do século XXI da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). A região de Campinas assumiu o posto de  principal atração no estado. O levantamento, embora parcial, já demonstra redução da contribuição da migração no crescimento populacional de todo o estado.

Combinação dos primeiros resultados do Censo Democráfico 2010 com os dados do Sistema de Estatísticas Vitais (SEV), da Fundação Seade, demonstra que a RMSP passou a apresentar resultados negativos em seus saldos de migração – 30 mil ao ano. Mas o fenômeno não é isolado. A Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS) também perdeu capacidade de atração de migrantes, embora seus saldos migratórios ainda sejam positivos – 5 mil pessoas ao ano.

Das regiões metropolitanas do estado, apenas a de Campinas (RMC) manteve-se como centro atrator de migrantes, com saldo migratório de 23,2 mil pessoas ao ano. Depois da RMC, destacam-se as regiões administrativas de Ribeirão Preto e de São José do Rio Preto. Araçatuba também teve aumento na taxa de migração.

O estudo já antecipa mudanças nas tendências migratórias nacional, “com a relativização do estado de São Paulo como destino privilegiado dos migrantes do país e intraestaduais”, aponta o estudo. Dentro do estado, o destaque agora é para a RMC e não mais da RMSP.

Análise das regiões administrativas paulistas indica que houve queda no volume de migração anual na maior parte delas. A região de São José dos Campos, por exemplo, perdeu 50% do volume de migração anual nos últimos dez anos. Em Sorocaba e Bauru também houve queda.

As regiões de Marília e Presidente Prudente tiveram taxas de migração negativas, mas muito próximas de zero (-1 e -0,8 migrante ao ano por mil habitantes, respectivamente). Barretos e Franca tiveram taxas de migração próximas de zero. Franca teve forte redução de sua taxa de migração no período.

Registro teve a maior perda migratória do estado, com -9,9 migrantes ao ano por mil habitantes. Embora a região seja marcada por constantes oscilações nessas taxas.

As mudanças no fluxo migratório que costumam ser associadas à busca de maiores oportunidades de emprego e renda, também podem ter outras motivações, aponta o estudo. “Pode-se admitir, por exemplo, que aspectos físico-territoriais e de preservação ambiental tenham peso importante em certas áreas do estado de São Paulo como obstáculos à expansão urbana e à atração de migrantes. Em outras cidades e regiões, os elevados custos de vida e de moradia vigentes podem gerar impactos negativos sobre sua atratividade populacional. Acrescente-se a isso as facilidades de transportes interurbanos, que também podem contribuir para a explicação dos novos padrões de localização habitacional dos estratos superiores de renda fora dos grandes centros urbanos”, suscita o levantamento da Fundação Seade.

Ainda segundo a Fundação, o dimensionamento mais adequado dos fluxos migratórios da última década só poderá ser avaliado quando se dispuser de informações detalhadas do Censo Demográfico de 2010.

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