Transporte

Sem PLR, motoristas de ônibus de São Paulo ameaçam fazer greve na quinta-feira

Empresas só pretendem pagar o benefício no ano que vem

Reprodução
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Reunião na última sexta, intermediada pela Câmara Municipal: trabalhadores reclamam de 'empurra-empurra'

São Paulo – Motoristas e cobradores de ônibus da capital paulista ameaçam entrar em greve na quinta-feira (24). O motivo é o impasse na negociação sobre participação nos lucros ou resultados (PLR). Enquanto as empresas do setor pretendem pagar o prêmio apenas em 2023, os trabalhadores esperam receber ainda neste ano, lembrando que as negociações se arrastam há meses.

Na última sexta-feira (18), por exemplo, representantes do Sindmotoristas (trabalhadores) e SPUrbanuss (entidade patronal) participaram de reunião intermediada pelo presidente da Câmara, vereador Milton Leite (União Brasil). Mas, de acordo com os empregados, as empresas informaram que vão apresentar até 13 de dezembro “um plano estabelecendo metas, valores e datas de pagamento da PLR referente a 2023”. Assim, não haveria prêmio neste ano.

“O que se percebe aqui é que os patrões querem continuar com o jogo de empurra-empurra e que não há vontade para um entendimento”, afirmou o presidente do Sindmotoristas, Naílton Francisco de Souza, o Porreta. “Dessa forma, os condutores vão colocar o plano de luta anteriormente suspenso em prática”, acrescentou, referindo-se à paralisação.

Justiça do Trabalho

Eles ainda aguardam o resultado de julgamento de embargos (recursos) no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2). A assessoria do tribunal informou que o julgamento só será concluído amanhã. Segundo os motoristas, o SPUrbanuss e a São Paulo Transporte (SPTrans, que gerencia o transporte na capital) já foram notificados sobre a greve.

Em junho, o TRT considerou abusiva a greve dos motoristas feita naquele mês, mas fixou reajuste de 12,47%, retroativo à data-base (1º de maio). Já a PLR deveria ser objeto de negociação direta entre as partes.