Observatório do Crack vai mapear presença da droga nos municípios

Crack chegou a 98% das cidades brasileiras, aponta pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios

No site do observatório, há dados de pesquisa realizada em 2010 que aponta presença da droga em 98% dos municípios (Foto: Reprodução)

São Paulo – Começou a funcionar nesta terça-feira (26) o Observatório do Crack. A iniciativa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) vai reunir informações sobre a presença da droga em todo o Brasil. Há relatos de estratégias extremas adotadas por traficantes para atrair até crianças para o uso.

O site contém informações sobre pesquisa realizada pela CNM em 2010 e boas práticas desenvolvidas pelos municípios. O levantamento constatou que 98% dos municípios enfrentam problemas de consumo e circulação do crack.

Segundo o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, há carência de informações sobre o uso da droga nos municípios e o portal vai possibilitar um aprofundamento sobre a questão. “Queremos tornar transparente o que não se sabe hoje no Brasil (sobre o crack). Na Alemanha, há 81 milhões de pessoas. Sabe-se que 4 milhões estão em estado terminal, parte delas por uso do crack. Como o Brasil está (em relação à droga)?”, desafia.
 
Ziulkoski disse ainda que, durante a Marcha em Defesa dos Municípios, prevista para ocorrer de 10 a 12 de maio, vão ser apresentadas outras informações mais detalhadas sobre a droga nos municípios, como pessoas em tratamento, problemas relacionados ao consumo e ao tráfico e o detalhamento das ações executadas.

Mel com crack

Entre os relatos de problemas com crack, o estudo detectou casos extremos, como no estado do Piauí, onde os traficantes misturam mel à droga para viciar crianças.

“Os depoimentos são valorosos para caracterizar a situação que os municípios estão passando com o desafio de enfrentar o crack e outras drogas”, cita o relatório da CNM. “A grande maioria das detenções são decorrentes de roubos para a compra de drogas”, descreveu um dos secretários municipais de saúde. 

Com informações da Agência Brasil