São Paulo

Metroviários marcam greve contra privatização e voltam a desafiar governo sobre catracas

Sindicato da categoria ainda tenta acordo com representantes da empresa e do governo. Decisão sairá em assembleia à noite

Sind. Metroviários SP
Sind. Metroviários SP
A exemplo do que ocorreu há alguns meses, o sindicato da categoria voltou a desafiar o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) a liberar as catracas para que a população possa usar o transporte coletivo

São Paulo – Os metroviários de São Paulo podem fazer greve amanhã (15) contra privatizações e terceirização em áreas da empresa, além do que chamam de perseguição a trabalhadores. Mas, a exemplo do que ocorreu há alguns meses, o sindicato da categoria voltou a desafiar o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) a liberar as catracas. Isso para que a população possa usar o transporte coletivo. A decisão sobre a greve sai em assembleia marcada para a noite desta segunda-feira (14), na sede do sindicato, localizada no Tatuapé, zona leste da capital.

“A gente trabalha normalmente (em caso de aprovação da greve) se o Metrô abrir a catraca”, afirmou o vice-presidente do sindicato, Narciso Fernandes Soares. “O governo tem que assumir o compromisso de abertura de catracas”, acrescentou. Ele lembrou que o movimento envolve outras categorias em resistência contra o propósito do governo paulista de privatizar linhas do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), além da Sabesp. Os sindicalistas defendem a realização de um plebiscito para decidir a questão.

Acidentes e falhas

Além disso, os metroviários apontam falhas na Linha 15-Prata (monotrilho, atualmente com 11 estações), onde foram registrados acidentes recentemente. Três funcionários, inclusive, chegaram a ser demitidos. “Os três companheiros atuaram dentro dos procedimentos”, afirma a presidenta do sindicato, Camila Lisboa. “O que a empresa tenta esconder são as falhas da linha.”

A liderança reiterou que a decisão de parar pode ser revista na assembleia, dependendo da posição da companhia. “(Precisa de) mais manutenção e não terceirizar para empresas que não têm nenhum know-how“, acrescentou Narciso. Os dirigentes disseram que a postura do governo põe em risco a segurança de trabalhadores e usuários do sistema.

“A privatização das Linhas 8 e 9 já mostrou que só os empresários ganharam. Os passageiros são prejudicados constantemente, com atrasos, falhas e graves acidentes”, afirma ainda o sindicato, que pede mais investimento e contratações no sistema público. “As linhas privatizadas registram o TRIPLO de falhas.”

No início do mês, o Sindicato dos Metroviários e o Sintaema (dos trabalhadores em água e esgoto) fizeram ato na estação Barra Funda contra a privatização da Sabesp, do Metrô e da CPTM. “Diferente dos discursos do governo Tarcísio, a privatização significa mais gasto do Estado e ineficiência. E pior, você vai pagar essa conta!”, afirmam.

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